Nos últimos 12 meses, Brasília registrou um aumento de 14% nos preços dos aluguéis, de acordo com o Índice Quinto Andar WImoveis. Este é o maior aumento observado desde 2019, refletindo uma tendência preocupante para os moradores da capital.
Causas da alta do aluguel em Brasília
Vários especialistas apontam diferentes causas para este aumento expressivo. Danielle Mariscano, corretora de imóveis, menciona que a alta demanda por imóveis em Brasília é um dos principais fatores.
William Bagdhassariam, professor de economia, não vê uma perspectiva de melhora nos preços a curto prazo. Ele destaca que a incerteza em torno da reforma tributária, que eleva os impostos, também contribui para a alta dos aluguéis.
Aumento por tipo de imóvel
O estudo detalha o aumento dos aluguéis em diferentes tipos de imóveis:
- Imóveis de 1 quarto: 16%
- Imóveis de 2 quartos: 11,52%
- Imóveis de 3 quartos ou mais: 11,15%
Ranking dos bairros mais caros do DF
Os bairros mais caros de Brasília, conforme o Índice Quinto Andar WImoveis, são:
- Setor de Clubes Esportivos Sul: R$ 92,80/m²
- Asa Norte: R$ 51,60/m²
- Asa Sul: R$ 49,70/m²
- Sudoeste: R$ 49,50/m²
- Lago Norte: R$ 47,50/m²
Regiões com maior aumento em um ano
Em meio a alta do aluguel em Brasília, essas são as regiões que mais tiveram aumento nos preços de aluguel no último ano:
- Asa Norte: 22,83%
- Sudoeste: 20,89%
- Asa Sul: 16,76%
- Lago Norte: 16,41%
- Guará: 13,41%
Dados do primeiro semestre de 2024
No primeiro semestre de 2024, os preços do aluguel no Distrito Federal subiram, em média, 13,93%, conforme o Índice FipeZap. Este índice analisa os preços em 25 cidades, sendo 11 capitais, e coloca Brasília como a cidade com o maior aumento de preços comparado a outras unidades da federação. O preço médio do metro quadrado na capital federal ficou em R$ 46,54/m², posicionando-a em quinto lugar no ranking das cidades com aluguéis mais caros.
Fatores contribuintes para os altos preços
Antônio Bispo, presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis de Brasília (Sindimóveis-DF), aponta vários fatores que contribuem para os altos preços dos aluguéis em Brasília. Um dos principais é o grande fluxo de pessoas com alto poder aquisitivo, que se deslocam para a capital em busca de moradia devido à presença do governo federal, tribunais superiores e diversos concursos públicos.
Bispo destaca que a oferta de imóveis é pequena em comparação à demanda, resultando em negociações difíceis, onde muitas vezes um imóvel não permanece disponível por mais de 30 dias.
Para aqueles interessados em alugar um imóvel em Brasília, Bispo sugere buscar locais que ofereçam flexibilidade e segurança. “No Jardim Botânico, por exemplo, há condomínios fechados com diversas opções de preço e tamanho. Na Asa Sul e Asa Norte, as quadras 700 e 900 oferecem quitinetes acessíveis para quem está começando a vida”, recomenda Bispo.
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Comparação com outras cidades
Para além da alta do aluguel em Brasília, analistas observam uma tendência nacional, onde o preço do aluguel residencial subiu mais do que o triplo da inflação no primeiro semestre de 2024, segundo o Índice FipeZap. O aumento acumulado foi de 8,02%, enquanto o IPCA, índice oficial de inflação do IBGE, registrou 2,48% no mesmo período.
No cenário nacional, imóveis de um dormitório lideraram o aumento nos primeiros seis meses do ano, com um crescimento de 9,57% e um valor médio de R$ 60,26/m². São Paulo se destacou como a cidade com o aluguel mais caro entre 11 capitais, seguida por Florianópolis, Recife e Rio de Janeiro. Em junho, o aluguel registrou uma alta de 1,43%, comparado a 1,25% em maio, mostrando uma aceleração.
