A primeira edição da pesquisa Firmus, realizada pelo Banco Central (BC), revelou que as empresas não financeiras estão mais pessimistas em relação a projeção da inflação nos próximos anos. A pesquisa, que incluiu 92 empresas, apontou que a mediana das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 4% em 2024, 4% em 2025 e 3,7% em 2026.
Essas projeções são superiores às estimativas do Boletim Focus, que previam uma inflação de 3,89% para 2024, 3,77% para 2025 e 3,6% para 2026. A divergência entre as expectativas das empresas e do mercado financeiro reflete uma visão mais cautelosa das empresas não financeiras em relação ao cenário econômico.
Diferenças nas projeções de crescimento
Além das expectativas inflacionárias, a pesquisa Firmus também destacou as previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Enquanto o Boletim Focus indicou um crescimento de 2,01% para 2024, a mediana das empresas ouvidas pela Firmus apontou para um crescimento de 2%.
As empresas também foram questionadas sobre suas expectativas em relação aos custos de mão de obra nos próximos 12 meses. A maior parte, 46,7%, espera um aumento entre 4% e 6%; por outro lado, 34,8% preveem uma alta entre 2% e 4%.
Leia Também: Boletim Focus: projeções de inflação sobem pela 4ª semana
Sentimento econômico das empresas
A pesquisa Firmus também capturou a percepção qualitativa das empresas sobre o ambiente econômico. Aproximadamente 35,9% das empresas consideram o cenário atual como neutro, 33,7% têm uma visão discretamente positiva, e 28,3% enxergam a situação como discretamente negativa.
Esses resultados destacam a relevância de considerar a percepção das empresas não financeiras ao formular políticas econômicas. A nova abordagem do Banco Central do Brasil com a primeira edição da pesquisa Firmus oferece uma visão mais ampla das expectativas econômicas relativa a projeção da inflação, complementando o tradicional Boletim Focus, que se concentra nas expectativas do mercado financeiro.
