O consumo de mídia no Brasil está passando por uma transformação. O avanço dos serviços de streaming tem alterado a forma como os brasileiros consomem entretenimento, impactando diretamente a popularidade da TV por assinatura e até mesmo do cinema.
Os serviços de streaming, como Netflix, Amazon Prime Video e Disney+, têm se tornado cada vez mais populares entre os brasileiros. Segundo uma pesquisa da Opinion Box, 79% dos entrevistados assinam pelo menos uma plataforma de streaming, com a média de duas assinaturas por pessoa. Esse crescimento é impulsionado pelo acesso fácil a uma vasta biblioteca de conteúdos sob demanda, algo que a TV tradicional não oferece.
O aumento das assinaturas de streaming tem sido acompanhado por uma diminuição na contratação de TV por assinatura. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) revelou que apenas 25,2% dos lares brasileiros mantêm o serviço de TV paga em 2023, uma queda em comparação com anos anteriores. Essa mudança é atribuída ao aumento dos custos e ao desinteresse por parte dos consumidores, que agora preferem investir em múltiplos serviços de streaming.
Crescimento do streaming no Brasil: impacto econômico no orçamento familiar
Com a popularização das plataformas de streaming, os brasileiros começaram a repensar seus gastos com entretenimento. A pesquisa da Opinion Box também apontou que 63% dos entrevistados estão preocupados com os custos crescentes dos serviços de streaming, o que levou 51% deles a dividir as assinaturas com amigos e parentes para reduzir os gastos.
Especialistas em educação financeira, como Thiago Ramos e Camila Azevedo, sugerem estratégias para evitar que esses custos se tornem um peso no orçamento familiar. Entre as dicas, destacam-se a criação de um calendário de estreias, a maratona de episódios e a comparação dos preços entre diferentes plataformas.
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A queda das idas ao cinema e da popularidade da TV
O crescimento do streaming no Brasil também se reflete na frequência com que os brasileiros vão ao cinema. Sete em cada dez pessoas admitiram reduzir as idas ao cinema, preferindo assistir aos lançamentos diretamente nas plataformas de streaming. Isso demonstra como o streaming está substituindo outras formas tradicionais de entretenimento.
Além disso, os dados do IBGE mostram uma queda na proporção de lares com aparelhos de televisão, passando de 94,9% em 2022 para 94,3% em 2023. Embora o número absoluto de televisores tenha crescido, o interesse pelo aparelho e pelos serviços de TV aberta e por assinatura está em declínio. Em 2023, 42,1% dos lares com TV tinham acesso a serviços de streaming, e a tendência é que essa porcentagem continue a crescer.