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Crise de confiança e recuperação econômica no Brasil – Por Mário Feitoza

Credibilidade internacional e a recuperação econômica no Brasil.
Mário Feitoza, Engenheiro de Pesca, Administrador de Empresas, Agropecuarista, Empresário e Ex-Deputado Federal (Foto: Agência Câmara
Credibilidade internacional e a recuperação econômica no Brasil.
Mário Feitoza, Engenheiro de Pesca, Administrador de Empresas, Agropecuarista, Empresário e Ex-Deputado Federal (Foto: Agência Câmara

Durante muito tempo, os investidores internacionais consideraram o Brasil um dos destinos mais promissores, especialmente no setor de infraestrutura. Fundos de investimento, bancos e empresas de diversas partes do mundo enxergaram no país um terreno fértil para injetar capital, desenvolver projetos de longo prazo e, em troca, colher os frutos do crescimento econômico de uma nação emergente. No entanto, esse cenário está mudando de forma preocupante e, como resultado, afeta diretamente a recuperação econômica no Brasil.

Desconfiança dos Estrangeiros

Nos últimos anos, o grupo de investidores estrangeiros que atua no Brasil tem demonstrado um ceticismo crescente em relação aos nossos marcos regulatórios. O que antes era uma confiança sólida no sistema brasileiro de regulamentação e supervisão financeira, hoje se transformou em desconfiança. Isso é reflexo de um conjunto de fatores que vêm corroendo a credibilidade do país, gerando uma percepção de insegurança jurídica e institucional.

Os novos desenhos de garantias internacionais que esses investidores estão adotando evidenciam uma realidade alarmante: eles não acreditam mais nas regras do jogo estabelecidas pelo Brasil. O modelo tradicional de confiança em nossas leis, normas e regulamentos não é mais suficiente para protegê-los de riscos, sejam eles financeiros, políticos ou judiciais. Essa é uma mudança profunda e, ao que tudo indica, duradoura, o que agrava ainda mais o cenário de recuperação econômica no Brasil.

Falta de Previsibilidade

O que motivou essa mudança? Em grande parte, a falta de previsibilidade nas decisões judiciais, a interferência de diferentes esferas de poder e o ativismo judicial. Quando o investidor não tem segurança quanto ao cumprimento de contratos, proteção de seus ativos ou governança corporativa, ele tende a recuar. Isso não se aplica apenas a grandes corporações, mas também a fundos e bancos internacionais que movimentam bilhões de dólares. Até pouco tempo atrás, essas instituições viam o Brasil como uma grande oportunidade em termos de recuperação econômica.

A interferência política no sistema regulatório e judicial brasileiro contribuiu para uma sensação de insegurança sem precedentes. Fundos de investimento e empresas estrangeiras relatam que perderam a capacidade de controlar ou mesmo gerir seus próprios ativos no Brasil. Essa falta de controle sobre decisões estratégicas empresariais, muitas vezes influenciadas por fatores externos ao mercado, faz com que esses investidores reavaliem a permanência de seus recursos em solo brasileiro, complicando a recuperação econômica no Brasil.

Recuperação da Credibilidade

É crucial entender que a credibilidade perdida não será facilmente recuperada. As decisões de investimentos de longo prazo, especialmente em infraestrutura, exigem estabilidade. Quando o ambiente regulatório muda de forma abrupta e imprevisível, ou quando há ativismo judicial que afeta diretamente as operações empresariais, o investidor se vê em um ambiente de alto risco. E, infelizmente, esse é o atual cenário brasileiro, o que coloca em risco qualquer tentativa de recuperação econômica no Brasil.

Respeito às Instituições

Para resgatar a confiança e, consequentemente, atrair de volta os investimentos estrangeiros, é fundamental que o país restabeleça o pleno exercício do poder democrático. Isso inclui o respeito às instituições, a previsibilidade das decisões judiciais e a ausência de interferências externas nos processos regulatórios. O Brasil precisa de um sistema que seja confiável, onde as regras sejam claras e aplicáveis a todos de forma igualitária, promovendo a recuperação econômica.

Além disso, é necessário um esforço concentrado para evitar qualquer tipo de ingerência ditatorial ou autoritária. O país só voltará a ser atraente para o capital internacional se puder garantir que as decisões empresariais sejam respeitadas e que os ativos financeiros de investidores estrangeiros estejam protegidos. Somente com um judiciário imparcial, previsível e que funcione como um garantidor dos direitos, o Brasil poderá recuperar sua credibilidade internacional e promover a recuperação econômica.

Marcos Regulatórios

Outro ponto que merece destaque é a necessidade de revisarmos nossos marcos regulatórios. Estes devem ser modernizados para acompanhar as exigências de um mercado globalizado, onde a segurança jurídica e a transparência são fundamentais. O Brasil tem potencial para se destacar novamente como um destino atrativo para investimentos, mas isso só será possível se houver uma reestruturação profunda das nossas instituições e das nossas leis, essenciais para a recuperação econômica no Brasil.

Ações Concretas

Por fim, o país deve se comprometer estritamente com as regras judiciais e regulatórias, além de evitar ativismos que possam desestabilizar o ambiente de negócios. Os investidores reconquistarão sua confiança não apenas com promessas, mas também com ações concretas. Essas ações precisam demonstrar o compromisso do Brasil com a estabilidade e o desenvolvimento econômico sustentável, essenciais para a recuperação econômica no Brasil.

* Opinião Artigo Por Mário Feitoza, Engenheiro e Administrador de Empresas, Especialista em Economia e Finanças, Agropecuarista, Empresário e Ex-Deputado Federal.

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal.