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Lei dos Portos: greve de 12 horas mobiliza 60 mil trabalhadores

Portuários brasileiros paralisam atividades por 12 horas em protesto contra alterações na Lei dos Portos que podem prejudicar seus direitos.
Imagem de porto para debater a lei dos portos
(Imagem: Designed by Freepik)

Na manhã desta terça-feira (22), cerca de 60 mil trabalhadores portuários de diversas regiões do Brasil paralisaram suas atividades por 12 horas em protesto contra alterações na Lei dos Portos. O movimento, organizado por sindicatos da categoria, tem como objetivo pressionar a Câmara dos Deputados a reconsiderar o anteprojeto de revisão da legislação portuária. A principal preocupação dos trabalhadores é que as mudanças possam precarizar ainda mais as condições de trabalho.

Lei dos Portos e as preocupações dos trabalhadores

Os sindicatos veem a reforma da Lei dos Portos como um movimento que favorece o setor empresarial, já que a comissão de juristas responsável pelo anteprojeto inclui uma maioria de membros ligados aos interesses empresariais. Segundo os representantes sindicais, apenas um integrante da comissão representa diretamente os trabalhadores portuários.

A Comissão de Juristas para Revisão Legal da Exploração dos Portos e Instalações Portuárias (Ceportos) apresentará oficialmente a proposta de revisão da Lei dos Portos amanhã na Câmara dos Deputados. A categoria teme que a nova legislação favoreça ainda mais a terceirização, reduza direitos trabalhistas e intensifique a precarização do setor.

Acordos judiciais para garantir serviços essenciais

As autoridades judiciais estabeleceram acordos durante o período de paralisação para garantir o funcionamento dos portos em São Paulo e no Paraná. Em São Paulo, três sindicatos de trabalhadores portuários assinaram uma cláusula de paz proposta pela Justiça do Trabalho da 2ª Região na última sexta-feira (18). O acordo previa a manutenção de 50% das operações essenciais, sob pena de multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento.

O Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) criticou a greve, alegando que o movimento tinha caráter político e, portanto, seria ilegal. O sindicato exige que 100% dos trabalhadores permaneçam em atividade durante a greve e cobra a aplicação de uma multa diária de R$ 200 mil se não cumprirem essa condição.

No Paraná, a Justiça do Trabalho também interveio, exigindo que os trabalhadores portuários do estado mantivessem pelo menos 60% das operações em andamento. A Justiça aplicou a decisão ao Órgão de Gestão de Mão de Obra (OGMO) de Paranaguá, que atende as empresas representadas pelos sindicatos de operadores. A medida impõe uma multa de R$ 20 mil por dia se não cumprirem a determinação judicial.

Impacto da revisão da Lei dos Portos

A possibilidade de mudanças na Lei dos Portos levanta preocupações tanto no setor trabalhista quanto no empresarial. Os trabalhadores veem a greve como um recado claro às autoridades: a revisão da Lei dos Portos precisa ser debatida e incluir a participação dos portuários. Se as demandas não forem atendidas, novas mobilizações podem ocorrer nas próximas semanas, com potencial para causar maiores impactos na economia nacional.

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