O faturamento da EMS, maior farmacêutica brasileira, está projetado para alcançar US$ 4 bilhões (cerca de R$ 23,6 bilhões) no médio prazo. Esse crescimento está atrelado à fabricação dos novos medicamentos Olire e Lirux, voltados para o tratamento de diabetes e obesidade. De acordo com Carlos Sanchez, CEO da EMS, o mercado norte-americano terá um papel estratégico para atingir essa meta.
“No médio prazo, vejo a EMS faturando US$ 2 bilhões no Brasil (cerca de R$ 11,8 bilhões) e outros US$ 2 bilhões nos Estados Unidos”, afirmou Sanchez. Essa meta reflete os planos de internacionalização e a aposta em inovações na produção de medicamentos no Brasil.
Avanços na produção nacional reforçam o faturamento da EMS
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a EMS a iniciar a fabricação dos novos medicamentos. Com essa aprovação, a EMS passa a ser a primeira farmacêutica brasileira a competir diretamente com o Ozempic.
O Dr. Ian Gonçalves Júnior, diretor médico da EMS, destacou ao CNN 360°: “Conseguimos a licença para fabricar a liraglutida no Brasil após investir mais de R$ 150 milhões em infraestrutura e processos”.
Confira a entrevista de Gonçalves Júnior sobre a liberação pela Anvisa:
Essa conquista não só amplia o portfólio de produtos, mas também oferece mais acesso a tratamentos modernos. Os medicamentos Olire e Lirux devem chegar ao mercado ainda este ano, ajudando a consolidar o crescimento da EMS.

Expansão internacional e novas tecnologias
A EMS deu um passo importante para entrar no mercado dos Estados Unidos. A empresa já solicitou à FDA a autorização para fabricar um genérico do Ozempic. Apesar da patente do medicamento expirar apenas em 2032, a EMS quer se beneficiar da exclusividade de 180 dias concedida ao primeiro fabricante de genéricos. Essa estratégia pode acelerar sua presença no mercado norte-americano.
A empresa também desenvolveu uma nova rota sintética para a produção de medicamentos. Esse método otimiza a receita da EMS, reduz os custos em até 75% e diminui o tempo de produção de seis meses para apenas uma semana. Mesmo com outras empresas, como Novo Nordisk e Eli Lilly, interessadas na tecnologia, a EMS se destaca por possuir a infraestrutura necessária.
Como parte de seu projeto de expansão, a EMS tem adquirido o controle de empresas como Vitamine-se, Dermacyd e os laboratórios do Grupo Imperial.
EMS e Cimed: Comparativo de faturamento:
O faturamento da EMS projetado está bem acima do registrado por sua concorrente, a Cimed. Controlada por João Adibe Marques, a Cimed recentemente iniciou uma operação para venda de uma parte minoritária da empresa para financiar sua expansão. O grupo planeja investir R$ 2 bilhões para aumentar sua capacidade produtiva e destinar R$ 1,5 bilhão ao marketing nos próximos cinco anos.
Em 2023, a Cimed faturou R$ 3 bilhões, um crescimento de 22% em relação a 2022, quando registrou receita de R$ 1,9 bilhão. A meta da Cimed é atingir R$ 5 bilhões em faturamento neste ano de 2025. Mesmo assim, esses valores permanecem bem abaixo da projeção do faturamento da EMS de R$ 23,6 bilhões.
Uma trajetória da EMS
Fundada em 1964, em São Bernardo do Campo (SP), a EMS começou como uma pequena fábrica. Com o tempo, se tornou líder na produção de medicamentos genéricos no Brasil. Hoje, a empresa emprega mais de 6,7 mil pessoas e exporta para 55 países.
Para o CEO Carlos Sanchez, o mercado demanda rapidez e escala. No entanto, o faturamento da EMS está diretamente ligado à inovação como principal diferencial competitivo. O desenvolvimento de análogos de GLP-1 e produtos biológicos são parte dessa estratégia.
Com essas iniciativas, a EMS reforça sua liderança no mercado de genéricos no Brasil e expande sua presença internacional, mostrando seu potencial como uma das principais indústrias farmacêuticas do mundo.