A BRF (BRFS3), dona da Sadia e da Perdigão, encerrou 2024 com a maior receita líquida de sua história. A empresa alcançou R$ 61,4 bilhões, um avanço de 14% em relação ao ano anterior. O desempenho foi impulsionado pelo aumento das vendas e pela força das marcas Sadia e Perdigão no Brasil. O lucro líquido do quarto trimestre da BRF foi de R$ 868 milhões, uma alta de 15% sobre o mesmo período de 2023.
A receita trimestral somou R$ 17,5 bilhões, crescendo 21,5%. No entanto, os números ficaram abaixo das expectativas do mercado. A projeção do consenso Bloomberg indicava um lucro maior, enquanto a estimativa do LSEG apontava R$ 1,6 bilhão.
Lucro anual da BRF supera marca de R$ 10 bilhões
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da BRF no quarto trimestre foi de R$ 2,8 bilhões. No acumulado do ano, a empresa registrou R$ 10,5 bilhões, um salto de 123% em relação a 2023. A margem Ebitda subiu para 17,4%, bem acima dos 8,8% do ano anterior.
Os números mostram a recuperação da empresa, que no terceiro trimestre de 2024 já havia demonstrado forte crescimento. No período, a BRF teve lucro líquido de R$ 1,13 bilhão, revertendo o prejuízo de R$ 262 milhões do terceiro trimestre de 2023. A receita foi de R$ 15,5 bilhões, crescendo 12,4%, e o Ebitda atingiu R$ 3 bilhões, com margem de 19,1%.
O presidente da BRF, Miguel Gularte, reforçou o otimismo para o futuro da companhia.
“Estamos prontos para aproveitar as oportunidades que surgirem em 2025”, afirmou.
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Matérias-primas e gripe aviária seguem no radar
O preço do milho, um dos principais insumos da empresa, permaneceu estável na comparação com outros grãos, como farelo de soja. A BRF adiantou compras estratégicas para garantir custos competitivos.
“Estocamos milho porque identificamos fatores que poderiam impactar o mercado”, explicou Leonardo Dallorto, vice-presidente de Mercado Internacional e Planejamento.
Em relação à gripe aviária, a companhia destacou que o Brasil está mais preparado para lidar com possíveis impactos.
“Nosso sistema de controle evoluiu muito no último ano”, afirmou Fábio Duarte Stumpf, vice-presidente de Agro e Qualidade.
O lucro recorde da BRF: demanda interna forte e expansão global
A BRF segue fortalecida no mercado brasileiro. O consumo interno de alimentos processados continua em alta, impulsionado pelo desempenho das marcas da empresa.
“Nossa presença no varejo segue sólida, e a categoria de processados tem crescido”, destacou Miguel Gularte.
No cenário internacional, a companhia expandiu vendas para o Sudeste Asiático, especialmente nas Filipinas, além de fortalecer sua posição no México, Japão e China, o que contribuiu para o lucro da BRF. A diversificação geográfica reduz riscos e amplia as oportunidades de crescimento.
A BRF acredita que o aumento da população global sustentará a demanda nos próximos anos, principalmente em mercados estratégicos.
Ações fecham em alta antes da divulgação dos resultados
Antes da divulgação do lucro, as ações da BRF encerraram o pregão cotadas a R$ 19,01, com alta de 0,80%. O desempenho positivo reflete a expectativa do mercado em relação aos resultados da companhia.









