A queda do dólar no governo Trump vem se intensificando desde o início do segundo trimestre de 2025. Analistas de mercado atribuem o movimento a uma combinação de fatores internos dos Estados Unidos, como o aumento das incertezas econômicas, a guerra comercial com a China e a condução da política monetária sob o governo Trump. Essa oscilação no câmbio preocupa investidores, afeta as bolsas e interfere diretamente nas decisões do Federal Reserve.
O movimento recente é reflexo direto de um enfraquecimento da atividade econômica americana, somado à redução da confiança global na moeda como ativo de segurança. Ao mesmo tempo, a pressão política por um dólar mais fraco — defendida por figuras da administração Trump — reforça esse comportamento no mercado internacional.
Impactos econômicos na queda do dólar no governo Trump
A queda do dólar torna os produtos dos Estados Unidos mais baratos no exterior, favorecendo as exportações. No entanto, aumenta o custo de importações, o que pressiona a inflação e limita a margem de manobra do banco central americano para reduzir os juros. Com isso, investidores se afastam dos títulos públicos dos EUA, e moedas de países emergentes, como o real, ganham força.
Economistas alertam para o risco de uma perda estrutural da confiança na moeda americana. Barry Eichengreen, da Universidade da Califórnia, no fim de abril (Fonte: G1), afirma que
“A confiança global e a dependência do dólar foram construídas ao longo de meio século ou mais”
Política externa de Trump agrava cenário cambial
A condução da política econômica dos EUA sob o governo Trump acentuou as incertezas. Anúncios de tarifas contra países estratégicos, como China, México e União Europeia, geraram instabilidade e aumentaram o fluxo de capital para outras economias. O próprio governo americano, em algumas declarações, deixou clara a preferência por um dólar mais fraco.
A proposta conhecida como “Acordo Mar-a-Lago”, atribuída ao assessor econômico Stephen Miran, prevê ações para reduzir o valor da moeda e reindustrializar os Estados Unidos. Para Trump, a valorização do dólar teria contribuído para a desindustrialização, incentivando a migração de fábricas para o exterior e ampliando o déficit comercial.
Bolsas e real sobem com o enfraquecimento do dólar
Enquanto o dólar perde força, as bolsas de valores de países emergentes ganham fôlego. A valorização do real, aliada à expectativa de reformas fiscais no Brasil, tem impulsionado a entrada de capital estrangeiro. Já o Ibovespa oscila entre ganhos e perdas, refletindo a volatilidade global.
A incerteza nos Estados Unidos também impacta os mercados de ações por lá. O Dow Jones e a Nasdaq encerraram os últimos pregões em baixa, influenciados pela expectativa de novos anúncios entre Trump e Xi Jinping — que até agora não se concretizaram.
Especialistas apontam consequências da queda do dólar no governo Trump
Para Gabriela Siller, economista do grupo financeiro BASE, as decisões erráticas da Casa Branca corroem a imagem dos EUA como referência financeira global.
Segundo ela, a continuidade da queda do dólar pode modificar as relações comerciais e os fluxos de investimento internacional nos próximos meses.
Outros analistas reforçam que, embora o dólar continue dominante, não há alternativa consolidada no curto prazo. Moedas como o euro, yuan e até o ouro ou bitcoin não têm volume suficiente para substituir a moeda americana de forma plena.
