Os resultados da mineradora Vale (VALE3) no 3T25, referentes ao terceiro trimestre de 2025, sairão nesta quinta-feira (30/10). E mais do que um balanço geral, a divulgação é conectada ao objetivo da mineradora de “recuperar liderança global”. Objetivo esse que o presidente-executivo da companhia, Gustavo Pimenta, deixou claro nesta terça-feira (28/10), durante o congresso Exposibram, na Bahia
A atual liderança global na produção de minério de ferro é hoje ocupada pela mineradora australiana Rio Tinto. Já, de acordo com Gustavo Pimenta, a meta é de a Vale retomar o primeiro lugar ainda neste ano, sustentada por ganhos de eficiência e estabilidade operacional. Resultados da Vale no 3T25 devem confirmar, ou refutar o caso.
Enquanto isso, analistas esperam lucro líquido próximo de US$ 1,4 bilhão e receita de cerca de US$ 8,8 bilhões, segundo consenso da LSEG. Com destaque para o aumento de 3,7% na produção de minério de ferro no trimestre. O avanço é atribuído ao desempenho das minas de Carajás (PA) e à plena capacidade de novos projetos logísticos.
Resultados da Vale no 3T25 revelam estratégia e foco no minério de ferro
Os resultados da Vale no 3T25 devem detalhar a consolidação de um ciclo de produtividade mais previsível. A empresa vem priorizando projetos de alto teor de minério, redução de custos e aumento do aproveitamento logístico.
Pimenta reforçou que a mineradora está “muito construtiva em relação à demanda global”, em referência à retomada da atividade industrial na China, que responde por mais de 60% do consumo mundial do insumo.
A estratégia de longo prazo também inclui diversificação por meio do cobre e de minerais ligados à transição energética, segmento que deve crescer no portfólio até 2030.
Apesar dos objetivos, autuação da Vale e governança seguem sob atenção
Em paralelo à expectativa pelos resultados do 3T25, a Vale ainda responde a uma autuação de R$ 86,2 milhões aplicada pela Controladoria-Geral da União (CGU) e confirmada pela 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em abril de 2025.
A multa tem origem no processo administrativo aberto após o desastre de Brumadinho (MG), em 2019. A omissão de informações e o envio de dados falsos sobre a estabilidade da barragem motivaram a ação contra a empresa na Agência Nacional de Mineração (ANM). Segundo o STJ, essas condutas dificultaram a fiscalização federal e configuraram infração à Lei nº 12.846/2013 (Lei Anticorrupção). Isso que não houvesse pagamento de propina ou corrupção direta.
A Vale contesta a penalidade no Supremo Tribunal Federal (STF), argumentando que o caso não se enquadra na lei anticorrupção. E embora o valor da autuação não tenha impacto imediato nos resultados da Vale no 3T25, o episódio reacende preocupações sobre governança corporativa, compliance ambiental e transparência operacional.
Olhar do mercado sobre os próximos trimestres
Os resultados da Vale marcam a tentativa da companhia de unir crescimento operacional e segurança institucional. Portanto, o mercado acompanhará não apenas o volume de produção, mas a consistência das margens e o desempenho de segmentos complementares como o cobre.
Se a mineradora confirmar suas projeções, a volta à liderança global pode marcar um novo ciclo de expansão para a Vale. Além disso, consolidando o Brasil novamente no topo da mineração mundial. Agora, é claro, sob maior escrutínio regulatório e foco em sustentabilidade.









