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Confiança do Comércio sobe em outubro com otimismo nas vendas de fim de ano, aponta FGV

A Confiança do Comércio subiu 1,5 ponto em outubro, para 86,2, segundo a Sondagem do Comércio, divulgada pela FGV nesta quinta-feira (30/10). A alta foi puxada por expectativas mais otimistas com as vendas de fim de ano, mesmo com consumo ainda limitado por juros altos e endividamento das famílias.
Confiança do Comércio FGV outubro 2025 mostra avanço sustentado por expectativas
Confiança do Comércio sobe pelo segundo mês consecutivo, segundo FGV IBRE. (Foto: Freepik)

O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) avançou 1,5 ponto em outubro (86,2), marcando a segunda alta consecutiva. Divulgado nesta quinta-feira (30/10), por meio do mensal Sondagem do Comércio, o levantamento mostra que a confiança do comércio em outubro foi impulsionada exclusivamente pelas expectativas para os próximos meses. Portanto, sinalizando um otimismo moderado diante de um consumo ainda enfraquecido.

Segundo a economista Geórgia Veloso, do Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE), “os empresários estão menos pessimistas ancorados em uma expectativa de melhora nas vendas de fim de ano, podendo ser um pouco melhor do que se esperava anteriormente”.

Confiança do comércio em outubro melhora apenas nas expectativas

Apesar do avanço do índice geral, o Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 1,2 ponto, para 87,0 pontos, refletindo a fragilidade do consumo presente. Já o Índice de Expectativas (IE-COM) subiu 3,9 pontos, alcançando 85,9 pontos, e foi o responsável pela melhora geral.

Os subindicadores que compõem o IE-COM apresentaram a mesma direção:

  • Perspectivas de vendas nos próximos três meses: +4,7 pontos (84,2).
  • Tendência dos negócios nos próximos seis meses: +3,1 pontos (88,2).

O Índice de Confiança do Comércio também aponta que o otimismo em outubro se apoia no ciclo natural de aquecimento das vendas de fim de ano, sem evidências concretas de aceleração da demanda.

Segmentos e contexto econômico

Entre os seis segmentos avaliados para o Índice de Confiança do Comércio, em outubro, quatro apresentaram aumento de confiança. O destaque foi o grupo de bens duráveis, que inverteu a tendência de queda iniciada em setembro de 2024. Já os setores de bens semiduráveis e não duráveis continuam em deterioração.

A Sondagem do Comércio da FGV observa que essa melhora pontual nos bens duráveis é mais “calibragem após uma sequência de resultados negativos” do que um sinal de virada estrutural. O indicador médio móvel trimestral segue em queda de 0,3 ponto, reforçando a fraqueza subjacente do setor.

  • ICOM (média móvel trimestral): 84,7 pontos (–0,3).
  • Bens duráveis: retomada de tendência positiva desde agosto.
  • Semiduráveis: menor nível de confiança entre os grupos.

Essa dinâmica ocorre num ambiente de juros altos e endividamento elevado das famílias, que ainda restringem o consumo, e o fluxo de caixa das empresas varejistas.

Panorama mais amplo da confiança do comércio em outubro

Apesar de tudo, os índices de confiança do comércio em outubro seguem refletindo uma melhora de percepção, não de resultados. O FGV IBRE avalia que o avanço do indicador é psicológico e sazonal, sustentado pela recuperação parcial da confiança dos consumidores e pela proximidade das vendas de fim de ano.

Apesar da leve recuperação, o consumo deve continuar pressionado no curto prazo. O instituto aponta que apenas uma queda mais intensa dos juros e recomposição da renda poderiam gerar uma retomada real do setor. “A redução do pessimismo recente dos empresários de bens duráveis diverge do cenário econômico”, acrescenta Veloso, indicando que o ajuste observado é temporário.

A coleta da sondagem ocorreu entre 1º e 28 de outubro, e a próxima divulgação do Índice de confiança do comércio está marcada para 27 de novembro de 2025. Mas quanto aos números atuais, uma verdade: o resultado reforça que a confiança empresarial melhora, mas sem sustentação nos fundamentos da economia.

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