A trégua entre EUA e China, no que se refere a acordos comerciais, continua com a suspensão por um ano das taxas portuárias mútuas impostas em outubro de 2025. A medida foi oficializada após o encerramento das investigações norte-americanas sobre os setores marítimo e logístico chineses, e entra em vigor já nesta segunda-feira (10/11). Ela marca o primeiro gesto concreto de distensão entre as duas maiores economias do mundo desde os acordos firmados entre Xi Jinping e Donald Trump.
O Ministério do Comércio da China confirmou que as chamadas “taxas portuárias especiais” deixam de ser aplicadas imediatamente. O país havia anunciado as tarifas em resposta às sanções impostas por Washington em abril, que atingiam navios de bandeira chinesa. A guerra comercial elevou os custos de transporte e acentuou a tensão em um setor já pressionado pela alta dos combustíveis e pela fragilidade do comércio global.
Alívio temporário para o transporte marítimo
Antes de negociações de uma trégua entre EUA e China começarem, navios chineses pagavam US$ 50 por tonelada líquida ao atracar em portos americanos, valor que subiria US$ 30 por ano até 2028. Já os navios norte-americanos enfrentavam tarifas de US$ 56 por tonelada, com aumento previsto até US$ 157 no mesmo período. Segundo a consultoria Alphaliner, se mantidas, essas cobranças poderiam custar US$ 3,2 bilhões às dez maiores companhias marítimas até 2026. Das quais a estatal Cosco arcaria com cerca de US$ 1,53 bilhão.
Especialistas do setor afirmam que a suspensão evita uma “espiral tarifária” e dá fôlego para armadores e operadores logísticos. Com rotas encurtadas e margens comprimidas, o transporte marítimo entre Ásia e América do Norte vinha enfrentando queda de volumes e desvio de cargas para portos intermediários.
Nova fase diplomática entre EUA e China
A decisão integra um pacote mais amplo de reaproximação econômica. Além das taxas, os países concordaram em reduzir tarifas industriais e suspender restrições de exportação; como as impostas pela China sobre terras raras em outubro. Enquanto isso, fontes ligadas às negociações afirmam que o alívio tarifário funcionará como um teste para um possível novo acordo comercial, previsto para discussão no primeiro semestre de 2026.
Para analistas, o gesto representa um “acordo de conveniência” que busca estabilizar cadeias de suprimento e reduzir a volatilidade cambial. No entanto, o prazo de apenas doze meses evidencia que a trégua ainda depende da evolução política nos dois países.
Perspectivas para o comércio global com trégua comercial EUA-China
Essa aparente reaproximação entre Washington e Pequim tende a aliviar custos imediatos, mas não elimina o risco de novas tensões estruturais. O comércio marítimo internacional ainda enfrenta gargalos logísticos, escassez de contêineres e custos elevados de combustível. Porém, caso os dois governos mantenham o diálogo, o setor poderá recuperar margens e impulsionar rotas trans-Pacífico a partir de 2026.
Economistas interpretam a decisão como como um sinal de pragmatismo econômico, mais do que de reconciliação política. Além disso, ao suspender as tarifas portuárias, a trégua entre EUA e China abre espaço para uma nova rodada de negociações comerciais. Portanto, um passo que pode redefinir o equilíbrio global das rotas marítimas e reaquecer o comércio internacional nos próximos trimestres.










