As ações da Vale (VALE3) em dezembro avançaram mais de 9% e completaram o sétimo mês consecutivo de alta. Além disso, encerrando 2025 com valorização superior a 45% no acumulado do ano. O desempenho recoloca a mineradora em níveis próximos ao topo histórico e altera a leitura predominante do mercado após um período prolongado de perdas.
O ganho recente não ocorre de forma isolada. Ao longo de 2025, o papel sustentou fluxo comprador contínuo, rompendo referências técnicas relevantes e afastando-se do padrão de oscilações negativas que marcou os dois anos anteriores. Esse comportamento reforça a percepção de que o ativo entrou em uma nova fase, ainda que cercada por pontos de atenção.
Ações da Vale em dezembro fecham ano com alta, após dois de queda
O encerramento de um ano positivo com as ações da Vale em dezembro vem logo após a empresa enfrentar um ciclo adverso em 2023 e 2024. A queda dos preços do minério de ferro, provocada pela desaceleração da economia chinesa, afetou diretamente as expectativas de receita da companhia. Além disso, a crise no setor imobiliário da China reduziu a demanda por aço e pressionou toda a cadeia de mineração.
Além do cenário externo, investidores passaram a exigir maior previsibilidade em relação a investimentos, retorno de capital e custos operacionais. A combinação desses fatores, que inclui a tragédia de Brumadinho, do qual a empresa ainda executa a reparação de integral de R$ 37,7 bilhões previstos, reduziu o apetite ao risco e afastou parte do capital institucional, levando o papel a uma trajetória descendente prolongada. Esse contexto explica por que a recuperação atual chama atenção não apenas pelo tamanho, mas pelo contraste com o passado recente.
Ações da Vale em dezembro mudam de leitura em 2025
A virada começou a se desenhar quando as ações da Vale romperam a tendência de baixa que se formou após o pico de 2021. O rompimento ocorreu com aumento de volume, sinalizando mudança no comportamento dos investidores. Desde então, os preços passaram a operar acima das principais médias móveis, reforçando o viés positivo.
Com isso, o papel voltou à região da máxima histórica, em R$ 74,83, faixa que concentra forte memória de mercado. A superação consistente desse patamar pode abrir espaço para novas etapas de valorização. Tudo enquanto a manutenção acima dos suportes intermediários sustenta a leitura favorável no médio prazo.
Leitura estrutural dos papéis da Vale
Apesar do cenário mais construtivo, as ações da Vale em dezembro operam em níveis elevados e com indicadores técnicos esticados, o que aumenta a probabilidade de ajustes ou períodos de acomodação. Ainda assim, não há sinais de deterioração da tendência enquanto as regiões de suporte permanecem preservadas.
O ponto central é que, após dois anos marcados por pressão e incerteza, o debate sobre as ações da Vale deixa de ser defensivo e passa a girar em torno de timing e gestão de risco. Esse reposicionamento muda a forma como o mercado observa o ativo e tende a orientar as decisões ao longo de 2026.











