O Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do mundo, com quase 215 milhões de cabeças de gado. Os números são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aponta ainda que o número de gado é maior do que o número de habitantes do país. Diante deste número considerável, manter a alimentação destes animais é fundamental para a agricultura do país.
Neste contexto, um professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) desenvolveu uma máquina, que torna o processo de colheita mais rápido e eficiente. A “colhedora de forragem multifuncional para multiculturas” foi criada pelo Prof. Daniel Albiero, quando ele era docente do Departamento de Engenharia Agrícola, do Centro de Ciências Agrárias da UFC.
No mês de abril, a invenção do professor e pesquisador, que agora está vinculado à Universidade de Campinas (UNICAMP), recebeu o reconhecimento do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Este reconhecimento deu à UFC o nono título de patente dos projetos desenvolvidos na Universidade.
A máquina colhedora consiste num sistema mecanizado multifuncional, projetado para a colheita de diversas culturas forrageiras, cujo foco são as palmas forrageiras. “Os sistemas de corte, coleta, separação e transporte do material biológico foram planejados de tal forma que, através de regulagens ou troca de pequenas peças da máquina, possa ser colhida uma grande gama de forrageiras, sobretudo as cactáceas, sejam espécies nativas ou exóticas”, explica a nota emitida pela UFC.
O sistema de corte da máquina patenteada é constituído por corrente, em vez de lâminas ou serras, o que a difere das máquinas comuns. Além disso, o sistema de picagem das forrageiras foi desenvolvido com base em estudos de dinâmica e cinemática do corte, onde as lâminas, devido a sua geometria, atuam como “miniespadas”, curvadas e calculadas em função dos melhores ângulos de corte e “ataque” ao material biológico.
Outro ponto que a difere das demais máquinas é que o experimento da UFC é uma máquina modular, ou seja, com a troca de módulos é possível convertê-la de acordo com cada cultura cultivada, e também aumentar ou diminuir sua capacidade de campo (razão entre a área de trabalho e o tempo, medida em hectares colhidos por hora). O criador do projeto, o prof. Albiero, informa que o equipamento é destinado, principalmente, para o agricultor familiar e atende as necessidades de um sistema de colheita de forrageiras.
