O mercado imobiliário brasileiro enfrenta a maior alta nos preços dos aluguéis desde 2011, de acordo com dados do FipeZap+. O valor pedido para novas locações subiu, em média, 17,05% no acumulado de 12 meses até fevereiro, impulsionado pela elevação das taxas de juros e financiamentos imobiliários. Esse aumento representa quase dez vezes o percentual registrado pelo IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado da FGV), que subiu apenas 1,86% no mesmo período.
Conhecido como indicador da “inflação do aluguel”, o IGP-M é utilizado como base para reajustes dos contratos de locação. Essa disparidade nos números sugere um crescimento acelerado do setor imobiliário de aluguéis, muito além da inflação geral.
Especialistas apontam que essa alta expressiva é resultado da combinação de fatores como taxas de juros elevadas e maior demanda por financiamentos imobiliários. Com os juros mais altos, muitos brasileiros têm optado por alugar imóveis em vez de financiá-los, o que aumenta a procura e pressiona os preços para cima.
Para 2023, espera-se que o mercado de aluguéis continue apresentando aumentos de preços, porém com taxas mais moderadas, abaixo das registradas em 2022. Isso significa que, apesar de a tendência de alta permanecer, os inquilinos podem esperar reajustes mais suaves no próximo ano.
Diante desse cenário, a busca por soluções alternativas de moradia, como o compartilhamento de imóveis e a procura por locações em áreas mais afastadas dos grandes centros urbanos, tende a ganhar força. Além disso, a situação pode estimular o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a habitação, a fim de garantir moradia acessível e de qualidade para a população brasileira.
