A crise econômica e a redução da renda familiar têm provocado o envelhecimento da frota de carros no Brasil. Em 2013, a idade média era de oito anos e seis meses, porém em 2022, essa média se elevou para 10 anos e nove meses, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes (Sindipeças). A condição mais antiga dos veículos é motivo de preocupação, pois estudos apontam um aumento de acidentes e dos índices de poluição.
Os níveis de poluição veicular estão ligados diretamente à idade dos veículos. Dos 45 milhões de veículos leves em circulação, 56% (25,5 milhões) são modelos fabricados até 2013, e por isso se enquadram em fases mais antigas do Programa de Controle de Emissões Veiculares (Proconve).
Os sistemas de redução de poluentes nesses veículos, como os catalisadores, já ultrapassaram em grande parte a garantia exigida de 80 mil quilômetros pela legislação, o equivalente a cinco a oito anos de uso pelo padrão brasileiro.
A situação dos veículos pesados, como caminhões e ônibus, é mais crítica. Da frota de quase 2,5 milhões de veículos, 61% (1,5 milhão) estão em fases anteriores ao Proconve P7, que entrou em vigor em 2012.
No entanto, há sinais de mudança. As vendas de veículos novos no Brasil registraram alta de 7,39% em junho, resultado do programa de barateamento de carros zero do Governo Federal. Esse programa liberou R$ 1,8 bilhão em incentivos para as montadoras oferecerem descontos em veículos novos. No primeiro semestre, foram emplacados 998.270 veículos, um aumento de 8,76% em relação ao mesmo período de 2022. Esse crescimento demonstra um esforço na renovação da frota brasileira, mas ainda há muito a ser feito para enfrentar os desafios ambientais e de segurança do envelhecimento da frota de veículos.
