O Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano, anunciou nesta quarta-feira uma decisão amplamente esperada pelo mercado: a elevação da taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 5,25% a 5,50%. Essa é a taxa mais alta em 22 anos nos Estados Unidos.
Apesar da alta dos juros, o comunicado divulgado pelo Fed não trouxe indicações claras sobre possíveis novas elevações no futuro. Essa falta de clareza fortaleceu a percepção entre analistas de que o ciclo de aperto monetário pode estar chegando ao fim, gerando incertezas sobre os próximos passos da autoridade monetária. Jerome Powell, presidente do Fed, afirmou que as futuras decisões dependerão dos dados de inflação que serão divulgados nos próximos meses.
O mercado americano já está fazendo suas apostas, e de acordo com o Wall Street Journal, a probabilidade de uma nova elevação dos juros ainda este ano é de uma para três. Powell também destacou que não vê mais riscos de recessão nos Estados Unidos em 2023 e mencionou ser uma “bênção” o fato de o aumento dos juros não ter provocado um aumento significativo no desemprego.
A sinalização de um possível encerramento do ciclo de alta dos juros nos EUA impacta o mercado financeiro. A redução do atrativo dos títulos de dívida americanos abre espaço para investimentos mais arriscados, o que enfraquece o dólar em relação a outras moedas. Nesse cenário, investidores buscam maiores retornos em mercados alternativos, impulsionando o desempenho das Bolsas, que se beneficiam com as quedas das taxas de juros.
Ao final do dia, o dólar registrou uma queda de 0,44% frente ao real, atingindo o menor patamar desde abril de 2022, cotado a R$ 4,72. Por outro lado, a Bolsa brasileira manteve sua tendência de alta, fechando com uma valorização de 0,45% e atingindo 122.560 pontos, o maior nível desde agosto de 2021.
