O Brasil está prestes a conquistar um novo feito no mercado de commodities agrícolas. O país se aproxima de destronar os Estados Unidos e se tornar o maior exportador mundial de algodão. A seca persistente e temperaturas extremamente elevadas no Texas, principal estado produtor de algodão dos EUA, impactaram negativamente as lavouras norte-americanas, enquanto o Brasil se prepara para uma safra promissora.
O Brasil já conquistou o título de maior exportador de milho e lidera o mercado internacional de soja há uma década. Além disso, Rússia e União Europeia ultrapassaram os Estados Unidos nas exportações de trigo.
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“Se a safra americana continuar a se deteriorar, o Brasil poderá facilmente ultrapassar os EUA”, afirmou Peter Egli, diretor de gerenciamento de riscos da Plexus Cotton. “Os dois praticamente já empatam nas estatísticas. Dá para ver o Brasil se tornando o exportador número 1 na atual safra.”
Juntos, Estados Unidos e Brasil respondem por mais de metade da oferta global de algodão. No entanto, a estimativa mais recente do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) para as exportações americanas no ano-safra 2023-24 foi de 12,5 milhões de fardos, porém esse número deve ser reduzido no relatório que será divulgado em breve.
Enquanto isso, a última projeção para os embarques de algodão do Brasil foi de 11,25 milhões. Analistas acreditam que o USDA reduzirá sua previsão de exportações americanas devido à seca que afetou a safra e reduziu a qualidade da fibra. Nos últimos anos, a qualidade do algodão nos EUA tem sido comprometida devido às condições de seca, enquanto o Brasil mantém uma qualidade notável, graças aos padrões de chuva favoráveis do país, como apontou Jack Scoville, vice-presidente da Price Futures.
Essa mudança iminente no cenário de exportação de algodão destaca a importância das condições climáticas e da competitividade no mercado global de commodities agrícolas, onde o Brasil se destaca como um protagonista em ascensão.