A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa Selic de 12,25% para 11,75% ao ano representa uma mudança importante na política monetária brasileira. Este corte, o quarto no semestre, é parte de um ciclo de reduções visando o controle da inflação e a estabilização econômica. Inicialmente, a inflação apresentou queda no início do ano, mas observou-se um aumento na segunda metade, alinhado com as previsões dos economistas.
O Banco Central (BC) utiliza a taxa Selic como principal ferramenta para atingir a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A autarquia não especificou um prazo para o fim dos cortes na Selic, enfatizando que a decisão dependerá da evolução da inflação no primeiro semestre de 2024.
Segundo a ata do Copom, a extensão do ciclo de flexibilização monetária será determinada por vários fatores, incluindo a dinâmica inflacionária, expectativas de inflação a longo prazo, projeções de inflação, hiato do produto e balanço de riscos. Além disso, o comitê destacou a importância de manter uma política monetária contracionista até que a desinflação e a ancoragem das expectativas em torno das metas sejam efetivas.
A meta de inflação estabelecida pelo CMN para os próximos dois anos é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Atualmente, as expectativas de inflação para 2024 e 2025 estão em torno de 3,9% e 3,5%, respectivamente, baseadas no boletim Focus.
Recentemente, o aumento dos preços dos alimentos contribuiu para a pressão inflacionária. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou 0,28% em novembro, um aumento em relação a setembro. A inflação acumulada no ano atingiu 4,04%, e nos últimos 12 meses, o índice está em 4,68%.
