Em 2023, a caderneta de poupança no Brasil experimentou um saldo negativo, com saques totalizando R$ 3,91 trilhões, superando os depósitos de R$ 3,83 trilhões. Este cenário de saídas líquidas ocorreu na maioria dos meses, exceto em junho e dezembro, quando a poupança registrou saldos positivos.
Comparação com Anos Anteriores
O recorde negativo anterior ocorreu em 2022, com a poupança sofrendo uma fuga líquida de R$ 103,24 bilhões. Em contraste, 2020 apresentou uma captação líquida recorde de R$ 166,31 bilhões, impulsionada pela instabilidade no mercado de títulos e pelo auxílio emergencial.
Perfil da Inadimplência e Endividamento
Em fevereiro de 2022, a inadimplência atingiu um pico de 65,2 milhões de brasileiros, a maior desde o início da pandemia. O valor total das dívidas em atraso alcançou R$ 263,4 bilhões, com uma média de dívida de R$ 4.042,08 por pessoa.
Fatores Impactando a Poupança
O alto endividamento no país, evidenciado pelo endividamento das famílias em 47,6% em outubro e pelo percentual de 76,6% de famílias endividadas, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) , impactou as movimentações na poupança. Além disso, a manutenção da taxa Selic em alta estimulou investimentos mais rentáveis, contribuindo para os saques na poupança.
Rendimentos da Poupança em 2023
Em 2023, a poupança rendeu 6,17% ao ano mais a Taxa Referencial (TR), aplicável quando a Selic está acima de 8,5%. Os rendimentos creditados nas contas totalizaram R$ 73,08 bilhões, com o estoque aplicado na poupança somando R$ 983,03 bilhões.