Nesta segunda (15), os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Santiago Peña reuniram-se no Palácio Itamaraty para discutir sobre a tarifa de energia de Itaipu. A usina hidrelétrica binacional é responsável por atender quase 10% do mercado brasileiro e 88% do Paraguai.
Esta reunião, a quarta desde maio do ano passado, destaca a contínua busca de Brasil e Paraguai por uma solução. Embora ainda não se tenha anunciado um acordo definitivo, o foco continua sendo o preço da energia que a hidrelétrica binacional de Itaipu, localizada na fronteira entre os dois países.
Em 2023, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabeleceu uma tarifa provisória de US$ 17,66 por quilowatt, uma redução em relação ao ano anterior. Entretanto, o Paraguai, sob a liderança de Peña, expressou desejo de aumentar esta tarifa, defendendo um retorno ao valor de US$ 20,75, cobrado em 2022.
Depois de 50 anos, Brasil e Paraguai iniciam a revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu. Este anexo rege as condições financeiras e de fornecimento de energia da usina. Com a recente liquidação da dívida paraguaia pela construção da hidrelétrica no Rio Paraná, o caminho está aberto para atualizações no tratado. Anteriormente, quase 70% do orçamento anual da Itaipu Binacional, que gira em torno de US$ 3,5 bilhões, era destinado a esta dívida.
Além das tarifas de Itaipu, Lula e Peña abordaram outros tópicos relevantes para a América Latina, como a crise de segurança no Equador e a gestão do Mercosul. Este encontro reforça a importância de tais diálogos para o desenvolvimento regional e a cooperação energética.