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Geração ‘nem-nem’: impacto no PIB brasileiro

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Foto: Brasil com S

Em 2022, 10,9 milhões de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos estavam desengajados do mercado de trabalho e da educação, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estes jovens, conhecidos como a geração “nem-nem” (nem estudam, nem trabalham), representam uma parcela significativa da população em idade produtiva.

Felipe Tavares, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), destaca a importância dessa geração para a economia. Em entrevista à CNN, ele aponta que a inatividade dessa faixa etária resultou em uma perda potencial de R$ 46,3 bilhões para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2022.

Consequências Econômicas de Longo Prazo

A pesquisa da CNC utilizou uma amostra conservadora de 7,6 milhões de jovens, dentro do recorte etário disponível em registros oficiais. A participação deste grupo no mercado de trabalho poderia ter elevado o PIB de R$ 10,1 trilhões para R$ 10,146 trilhões em 2022, um aumento de 0,46 ponto percentual.

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A CNC calcula que a cada R$ 1 de aumento na renda média, há um impacto médio de R$ 1,6 milhão no PIB. Esse efeito varia entre regiões, sendo maior no Sudeste (R$ 5,5 milhões) e menor no Norte (R$ 400 mil). Tavares enfatiza que as desigualdades regionais, já acentuadas, podem piorar sem a inclusão desses jovens no mercado de trabalho.

Cultura de Trabalho e a Geração Nem-Nem

Por outro lado, dados do Grupo QuintoAndar mostram que 40% dos trabalhadores procurariam outro emprego se fossem obrigados a trabalhar exclusivamente em formato presencial. Tavares ressalta a importância da flexibilidade, de um dresscode mais inclusivo e outras jornadas de trabalho para atrair a geração mais jovem.

Ele aponta que além de um salário, os jovens buscam um propósito e a oportunidade de fazer a diferença. “Com a geração nem-nem, as desigualdades regionais tendem a se manter e até a piorar ao longo dos anos”, afirma Tavares.

Inatividade e Impacto Imediato no Consumo

Entre os 4,7 milhões de jovens que não procuraram emprego e nem gostariam de trabalhar, a maioria são mulheres encarregadas de cuidar de parentes ou de trabalhos domésticos. Esse cenário não apenas representa uma perda imediata de salário para esses jovens, mas também impacta negativamente o consumo e o crescimento econômico.

A inatividade desses jovens leva a um prejuízo mais duradouro, pois cada ano sem participação no mercado de trabalho significa uma redução na força produtiva e nas chances de crescimento econômico ajustado.

Conclusão: Necessidade de Ações Estruturantes

Para reverter essa situação, Tavares enfatiza a necessidade de mudanças estruturantes. Ele traz capacitação e criação de oportunidades de trabalho que se alinhem com as expectativas e necessidades das novas gerações como exemplos. O economista acredita que a inclusão destes jovens no mercado de trabalho é crucial não apenas para o crescimento imediato do PIB, mas também para um desenvolvimento econômico sustentável e equitativo a longo prazo.

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