Em um movimento rumo à sustentabilidade, a BASF, a maior empresa química do mundo, está liderando o caminho na transição para a eletrificação.
Com operações em mais de 90 países, a BASF é conhecida por sua produção diversificada de moléculas, muitas das quais exigem altas temperaturas geradas tradicionalmente pela queima de combustíveis fósseis. Esta prática, contudo, está mudando graças a esforços para desenvolver alternativas mais verdes.
Parceria para inovação em fornos elétricos
A BASF uniu forças com a SABIC, uma gigante saudita dos produtos químicos, e a Linde, uma companhia europeia em engenharia, para criar um forno elétrico capaz de alcançar as temperaturas necessárias para reações químicas vitais. Este esforço conjunto destaca o interesse na transição para a eletrificação como solução viável para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e, por consequência, as emissões de carbono.
Desenvolvimento e apoio governamental
Em 2021, a colaboração entre BASF, SABIC e Linde foi formalizada com o objetivo de desenvolver e demonstrar fornos de craqueamento a vapor aquecidos eletricamente. Este projeto pioneiro recebeu um impulso de 14,8 milhões de euros do Ministério Federal Alemão para Assuntos Econômicos e Ação Climática, que apostou no potencial da transição para a eletrificação no setor industrial.
Expansão da descarbonização na indústria pesada
Além da indústria química, outros setores estão explorando a eletrificação. A Rio Tinto e a BHP, duas das maiores empresas de mineração do mundo, anunciaram a construção da primeira fundição elétrica de minério de ferro da Austrália. A Fortescue está implementando equipamentos de mineração totalmente elétricos, e o Grupo Roca, da Espanha, revelou o primeiro forno de túnel industrial elétrico para cerâmica.
Desafios e perspectivas futuras
Apesar do potencial da eletrificação, a transição não é imediata. Frederic Godemel, da Schneider Electric, estima que, teoricamente, 30% a 50% da indústria pesada pode ser eletrificada com as tecnologias atuais, embora na prática, apenas cerca de 10% tenha adotado essa mudança. Os desafios incluem altos custos iniciais e a necessidade de requalificação dos trabalhadores. Todavia, o interesse crescente de empresas de petróleo e gás na eletrificação de suas operações sugere um reconhecimento do seu valor na redução das emissões.