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Água: 50 empresas consomem o equivalente a metade do Brasil

Água: 50 empresas consomem o equivalente a metade do Brasil
(Foto: Andrey Kukharenko/Unsplash).

Uma investigação conduzida pela Agência Pública trouxe à tona que 50 empresas têm a autorização para utilizar um volume de água que alcança os 5,2 trilhões de litros por ano. Este volume seria suficiente para suprir as necessidades hídricas de 93,8 milhões de brasileiros, o que representa mais de 46% da população do país, de acordo com o Censo de 2022. Este dado coloca em perspectiva a distribuição de recursos hídricos no Brasil, mostrando que o maior consumo não está nas mãos dos cidadãos comuns, mas sim de conglomerados empresariais.

Os setores com mais alto consumo são o agronegócio, sucroalcooleiro, papel e celulose, distribuídos em 139 municípios de 19 estados. Entre esses, Minas Gerais, Bahia e São Paulo lideram o ranking de concentração hídrica autorizada. As outorgas, geridas pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), dão luz verde para essas corporações captarem água de fontes superficiais e subterrâneas, sem um custo proporcional ao valor ambiental deste recurso.

Empresas com maiores consumos

  • Setor de Energia: A Eneva, no segmento de energia, obteve uma outorga preventiva que lhe permite captar até 438 bilhões de litros por ano, especialmente em Itacoatiara (AM), uma região já afetada pela seca. Esta quantidade de água seria o suficiente para abastecer duas vezes a população do Amazonas.

 

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  • Agronegócio: No coração do agronegócio, a Santa Colomba se destaca com 11 autorizações que somam 302,2 bilhões de litros anuais, posicionando-a como uma das maiores consumidoras de água na Bahia. Este volume é capaz de abastecer os 14 municípios mais populosos do estado.

 

  • Setor Sucroalcooleiro: A BP Bunge Bioenergia, fruto da união entre BP e Bunge, lidera no setor sucroalcooleiro com outorgas que totalizam 185,2 bilhões de litros anuais, um volume que poderia abastecer grandes cidades como Belo Horizonte (MG) e São Luís (MA).

 

  • Papel e Celulose: No setor de papel e celulose, a Suzano Papel e Celulose se destaca com 469,8 bilhões de litros autorizados por ano através de 59 outorgas, impactando o consumo hídrico em oito estados.
O desafio da gestão hídrica

O estudo ressalta a necessidade de uma gestão hídrica equitativa, que concilie as demandas industriais sem comprometer o acesso à água pela população e a sustentabilidade dos ecossistemas. A concentração de outorgas em mãos de poucas empresas evidencia uma disparidade no acesso aos recursos hídricos e levanta questões sobre a eficácia da legislação atual e dos critérios de concessão, apontando para a urgência de reformas no sistema de gestão da água no Brasil.

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