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Por que cada vez mais sul-coreanas escolhem não ter filhos

mulheres sul coreanas não tem filhos
(Foto: kevin liang/Unsplash).

A taxa de natalidade na Coreia do Sul é a menor do mundo e segue em queda, batendo o próprio recorde a cada ano. A taxa de natalidade do país caiu para 0,72, o menor índice já registrado. A crescente decisão das mulheres desse país por não ter filhos é atribuído a várias razões, incluindo a pressão econômica e social, e a dificuldade das sul-coreanas conciliarem a vida familiar com a carreira profissional, sendo um problema muito intrínseco aos aspectos de gênero, em que os cuidados com os filhos recaem quase sempre e absolutamente sobre as mulheres.

Hyobin Lee, uma acadêmica da cidade de Daejeon, é um exemplo desta tendência. Apesar de seu desejo inicial de maternidade, Lee decidiu priorizar sua carreira, um caminho escolhido por muitas mulheres sul-coreanas. Este fenômeno contribui para o envelhecimento da população, apresentando problemas para o futuro econômico e social do país.

A licença parental, embora disponível legalmente para ambos os gêneros, é predominantemente utilizada por mulheres, evidenciando a persistência de normas de gênero tradicionais. Apenas 1,3% dos homens sul-coreanos optam por usar esse direito, uma discrepância marcante em comparação com a média da OCDE de 43,4%.

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Além disso, a pressão para as mulheres assumirem a maior parte do cuidado dos filhos é intensa. Jungmin Kwon, professora associada na Universidade Estadual de Portland, aponta que a cultura patriarcal da Coreia do Sul exerce uma pressão desproporcional sobre as mulheres, o que as leva a repensar a ideia de ter filhos.

Os esforços do governo para reverter essa tendência, incluindo incentivos financeiros para famílias com filhos, não conseguiram produzir bons resultados. As políticas enfrentam críticas por não abordarem as causas subjacentes da queda da taxa de natalidade, como a desigualdade de gênero no local de trabalho e as expectativas culturais em torno da maternidade e do casamento.

A perspectiva para o futuro da população sul-coreana permanece sombria, com projeções indicando uma possível redução para metade da população até 2100. Esse declínio demográfico tem implicações graves para a economia, a segurança nacional e o bem-estar social do país.

Em conversas com mulheres sul-coreanas, emergem temas comuns de desafios para equilibrar carreira e vida familiar, pressões sociais para se conformar a papéis de gênero tradicionais e preocupações econômicas, como o custo da educação e habitação. Estas questões ilustram a complexidade do problema e a necessidade de abordagens políticas mais inclusivas e sensíveis às necessidades das mulheres.

A decisão de muitas mulheres sul-coreanas de priorizar a carreira sobre a maternidade reflete mudanças sociais mais amplas e desafia as normas culturais estabelecidas. À medida que a Coreia do Sul busca maneiras de abordar sua crise demográfica, a inclusão das vozes das mulheres nas discussões políticas será crucial para desenvolver soluções eficazes e sustentáveis.

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