Em resposta direta às crescentes tensões comerciais e à chamada guerra dos chips com os Estados Unidos, a China estabeleceu uma estratégia ambiciosa para alcançar autossuficiência tecnológica. Nesta terça-feira, o governo chinês revelou planos focados no avanço das indústrias emergentes, com especial ênfase na computação quântica e na Inteligência Artificial (IA).
Este movimento estratégico da China em intensificar a IA e a computação quântica não só visa melhorar a segurança nacional e a resiliência econômica, mas também estimula a capacidade de inovação interna, reduzindo a dependência de tecnologias e fornecedores estrangeiros. O país planeja mobilizar cientistas e equipes de inovação, aprimorando os mecanismos de reconhecimento e incentivo a inovadores de destaque.
China x EUA
A declaração chega em um momento crítico de tensões comerciais entre a China e os EUA, com restrições significativas impostas à exportação de chips e componentes críticos para a China. Essas novas diretrizes ressaltam a determinação do governo chinês em direcionar recursos para conquistar independência tecnológica, uma prioridade que se tornou ainda mais premente com o surgimento da IA e os desafios impostos pelos conflitos com os Estados Unidos.
Alfredo Montufar-Helu, do chefe do Centro da China no Conference Board, observa que o foco na IA acompanha o interesse crescente do governo chinês em fortalecer o setor de tecnologia local, promovendo empresas nacionais e buscando liderança global em inovação. A autossuficiência tecnológica e o aprimoramento da segurança e resiliência das cadeias de abastecimento são identificados como objetivos cruciais para 2024.
Segundo um relatório divulgado pela agência Reuters, o relatório de trabalho do Governo da China dizia que “Aproveitaremos plenamente os pontos fortes do novo sistema de mobilização de recursos em todo o país para aumentar a capacidade de inovação da China em todos os níveis.”
Esses esforços da China em direção à autossuficiência tecnológica refletem uma mudança significativa no panorama global de inovação, com potencial para remodelar equilíbrios de poder e estimular avanços significativos em tecnologias críticas.