O Banco Central (BC), com um rico acervo, está em processo de transformar seu Museu de Valores em um marco cultural e educacional: o primeiro museu de economia da América do Sul. Com a reinauguração planejada para 2025, o museu promete oferecer aos visitantes uma experiência única, realçando tanto a história econômica quanto raridades numismáticas e artísticas.
Entre os tesouros do acervo, destaca-se uma moeda de ouro extremamente rara, vendida por R$ 2,5 milhões em leilão em 2014. Cunhada para marcar a coroação de D. Pedro I em 1822, essa peça é considerada a mais valiosa do museu, conforme explica Karla Valente, chefe do Museu de Valores do BC. Com apenas 64 exemplares produzidos originalmente, e apenas 17 localizados hoje, o museu tem a honra de possuir dois desses valiosos itens.
Outra atração é a pepita Canaã, a maior pepita de ouro já exposta ao público, pesando 61 quilos. Encontrada por Júlio de Deus Filho em Serra Pelada em 1983, essa impressionante pepita é resultado da quebra de um bloco ainda maior, estimado em cerca de 150 kg. Este achado não apenas fala da rica história do garimpo brasileiro, mas também da impressionante geologia do país.
Além dessas peças icônicas, o museu se orgulha de sua moeda de 960 réis de 1809, peça rara, cujo único exemplar consta no acervo do Banco Central. Isso porque a moeda começou a circular somente a partir de 1810. Este item, segundo Karla Valente, é de grande interesse no mercado numismático.
Com a reforma, sob a direção de Carolina de Assis Barros, o BC visa ampliar a missão do museu. Para além de uma exposição sobre a história dos meios de pagamento, a instituição buscará incorporar elementos de educação financeira e conhecimentos econômicos de forma lúdica e interativa. Uma das novas atrações será uma “numisfera”, uma vitrine expansiva que abrigará uma vasta coleção de moedas, cédulas, cheques e documentos de valor. Um toque especial será uma barra de ouro que os visitantes poderão tocar, aproximando o público de forma tangível ao mundo da economia e das finanças.
Este ambicioso projeto de reforma é possível graças ao financiamento do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Com um acervo numismático de 135 mil peças e uma coleção artística de 554 obras, o museu renovado não apenas preservará sua história e valor cultural, mas também se estabelecerá como um centro de aprendizado e admiração para visitantes de todas as idades e interesses.