A busca por um equilíbrio saudável entre as responsabilidades de trabalho e a vida pessoal tornou-se uma prioridade global. Um estudo conduzido pela BBC e pela Remote destacou os países que melhor proporcionam boas condições de vida.
Para explorar os destinos que melhor harmonizam trabalho e vida pessoal, analisou-se a edição de 2023 do Índice Global de Equilíbrio Vida-Trabalho, publicada pela Remote, uma empresa de tecnologia em recursos humanos.
A análise abrangeu critérios como o número de dias de férias anuais obrigatórios, a cobertura percentual mínima do seguro de saúde em caso de doença e o tempo de licença-maternidade com remuneração.
Adicionalmente, os dados sobre o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) foram revisados. Esta revisão detalhou as horas de trabalho e o tempo destinado ao lazer e autocuidado por indivíduos nos 22 países membros.
Com base nessa investigação, confira os cinco países líderes na promoção de um equilíbrio entre as demandas do trabalho e a vida pessoal.
Nova Zelândia
A Nova Zelândia ocupa a primeira posição, promovendo um ambiente de trabalho que valoriza o lazer e a família. Erin Parry, uma profissional de marketing do Canadá que vive no país, relata a abordagem menos estressante em relação ao trabalho. No entanto, o país enfrenta desafios como custos elevados de creche e um ritmo mais lento para tarefas urgentes, com 14% dos trabalhadores ultrapassando 50 horas de trabalho semanal. A cultura neozelandesa, por outro lado, prioriza o bem-estar e o tempo com a família sobre as demandas profissionais.
Espanha
A Espanha se destaca por suas políticas que favorecem o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, com 26 dias de férias anuais. Isabelle Kliger, uma escritora de viagens, observa uma separação clara entre trabalho e vida pessoal, uma cultura que diminui a pressão por horas extras. Mudanças nos horários de trabalho visam promover um término mais cedo do dia, embora ainda existam desafios na adaptação dos espanhóis a um modelo de trabalho menos extenso.
Dinamarca
Na Dinamarca, a separação entre trabalho e vida pessoal é levada a sério, com um dia de trabalho típico terminando às 16 horas. Helen Russell, residente do país, enfatiza o valor dado ao tempo em família. A flexibilidade de trabalho e os 36 dias de férias anuais corroboram um ambiente que apoia o bem-estar dos trabalhadores. Com apenas 1% dos profissionais trabalhando mais de 50 horas semanais, a Dinamarca exemplifica uma abordagem equilibrada entre as responsabilidades profissionais e pessoais.
França
A França oferece um dos ambientes mais favoráveis ao lazer e cuidados pessoais, com 16,2 horas diárias dedicadas a essas atividades. Sarah Micho, uma empreendedora canadense em Paris, destaca a cultura francesa do descanso, exemplificada pela popularidade dos cafés. Apesar de algumas áreas, como a moda, apresentarem jornadas de trabalho longas, a cultura geral do país promove um equilíbrio saudável.
Itália
A Itália, conhecida por seu “il dolce far niente”, valoriza o tempo dedicado ao lazer e à família. Andres Uribe-Orozco, um advogado com experiências internacionais, ressalta a eficiência dos italianos, que preferem completar suas obrigações rapidamente para desfrutar de pausas prolongadas. A Itália se destaca na OCDE por oferecer o maior tempo de lazer e cuidados pessoais, apesar de desafios econômicos como salários mais baixos e desemprego mais alto em comparação com outros países da OCDE.
Comparação internacional
Os resultados da pesquisa da OCDE e da Remote ilustram uma diversidade de abordagens para equilibrar trabalho e vida pessoal. Países como Itália, Dinamarca, Noruega, Espanha e Holanda são frequentemente citados por suas políticas favoráveis. Outros países mencionados pela Remote, incluindo Austrália, Reino Unido, Canadá e Brasil, também oferecem insights valiosos sobre como diferentes culturas priorizam esse equilíbrio.
