Em resposta aos crescentes impactos ambientais e sociais da indústria da moda rápida, a França aprovou um projeto de lei que visa regulamentar a publicidade e impor taxas adicionais às empresas de moda ultra-rápida, ou fast fashion. Aprovada unanimemente pela câmara baixa do parlamento em 14 de março, esta legislação é uma tentativa de conter as práticas prejudiciais associadas a gigantes do varejo on-line, como Shein e Temu.
Implicações do projeto de lei
O projeto de lei propõe restrições publicitárias e um aumento anual nas taxas por peça de roupa até 2030, além de exigir que varejistas incluam informações sobre reutilização, reparo, reciclagem e impacto ambiental de seus produtos. Esta medida reflete a preocupação com o modelo de negócios da fast fashion, que produz vestuário de baixa qualidade a preços baixos e em larga produção, afetando negativamente tanto os trabalhadores quanto o meio ambiente.
Reações da indústria e especialistas
A Shein criticou o projeto, argumentando que ele afetaria o poder de compra dos consumidores franceses, enquanto a Reformation apoiou a medida como um meio de combater o consumo excessivo. Especialistas em moda sustentável e defensores do meio ambiente veem esta legislação como um passo necessário para enfrentar as externalidades negativas do setor, sugerindo que ela possa servir de modelo para outras jurisdições.
Desafios globais e perspectivas futuras
Enquanto o projeto de lei francês busca mitigar os impactos da moda rápida, empresas como a Temu enfrentam críticas internacionais por alegações de trabalho forçado, e a Shein por suas condições de trabalho. A legislação levanta questões importantes sobre a responsabilidade social e ambiental da indústria da moda, indicando uma possível tendência de regulamentações mais estritas globalmente.
Em meio a essas mudanças, o projeto de lei francês representa um passo na luta contra as práticas prejudiciais da fast fashion, apontando para a necessidade de uma abordagem mais sustentável e ética na indústria da moda.