Em apenas 80 dias, a pressão exercida pelos principais clientes da Boeing nos Estados Unidos culminou na demissão de importantes figuras de sua liderança, incluindo o CEO Dave Calhoun. O episódio do jato 737 MAX 9 da Alaska Airlines em 5 de janeiro, com a explosão de um plugue de porta durante o voo, acelerou as discussões sobre a necessidade de mudanças na fabricante de aviões.
A demanda por um novo líder
As companhias aéreas, enfrentando incertezas no fornecimento de jatos, clamam agora por uma liderança com experiência em manufatura para guiar a Boeing por este período tumultuado. A mudança, que incluiu a saída do CEO, do presidente do conselho e do chefe do negócio de aviões comerciais, foi descrita por insiders como a maior desde o escândalo de contratos de defesa em 2003.
A crise do MAX e o chamado para ação
O incidente do plugue de porta em janeiro colocou a Boeing em nova crise, reavivando memórias dos acidentes fatais do MAX que ocorreram cinco anos antes. A pressão regulatória subsequente e a resposta das companhias aéreas sinalizaram a necessidade urgente de reformas dentro da empresa. As falhas identificadas na cadeia de produção aumentaram o escrutínio sobre a capacidade da Boeing de garantir a segurança e confiabilidade de seus produtos.
O movimento decisivo das companhias aéreas
A situação atingiu um ponto crítico quando os CEOs das maiores companhias aéreas dos EUA solicitaram uma reunião com a diretoria da Boeing para expressar suas preocupações. A resposta da Boeing foi a saída programada de Calhoun e outros executivos, marcando uma “demissão” inédita por parte de seus clientes.
As consequências da reviravolta
A partida de Calhoun, previamente planejada pelo próprio, veio após uma crescente pressão dos reguladores e do setor aéreo, exacerbada pela descoberta de mais falhas de produção. A United Airlines, por exemplo, anunciou que não esperaria mais pelo atrasado MAX 10, demonstrando a perda de confiança na capacidade da Boeing de entregar conforme prometido.
O futuro da Boeing
A reestruturação da liderança da Boeing abre um novo capítulo para a empresa, com o setor aéreo e os reguladores observando de perto sua capacidade de se recuperar e restaurar a confiança em seus produtos. A escolha do próximo CEO será crucial para definir o rumo da Boeing e para assegurar que as lições dos últimos anos sejam incorporadas em sua cultura e operações.