A Adidas, fabricante alemã de artigos esportivos, impôs uma proibição à personalização de camisas da seleção alemã com o número 44, a decisão veio à tona após a imprensa destacar a semelhança desse design com o símbolo das unidades SS, utilizado nos crimes de nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. A semelhança levantada envolve não apenas a questão do símbolo, mas também a escolha de cores para os uniformes, especificamente a inclusão do rosa no segundo kit.
Oliver Brüggen, porta-voz da Adidas, reiterou o compromisso da empresa contra o ódio e a violência, anunciando que irão bloquear a personalização das camisas. Além disso, ele afirmou que a semelhança do uniforme com os símbolos nazistas não foi intencional.
As SS, organização paramilitar sob o regime nazista, foram criadas em 1929 e tiveram papel fundamental na execução dos horrores do Holocausto. Os membros da SS estavam envolvidos em diversos crimes, atuando como agentes da Gestapo e guardas de campos de concentração. Diante desse pano de fundo histórico, a semelhança apontada entre o design do número 44 e o logotipo da SS levantou preocupações.
A polêmica alcançou proporções maiores com a intervenção do historiador Michael König, que criticou o design como “muito questionável”. Essa situação colocou a Adidas e a Federação Alemã de Futebol (DFB) sob julgamento público, pressionando ambas as organizações a responderem às alegações.
Além do simbolismo nazista, a escolha do rosa como cor do segundo uniforme também dividiu opiniões. Enquanto alguns defendem a cor como um símbolo de diversidade, críticos a consideram uma estratégia de marketing da DFB, afastando-se das cores tradicionais da Alemanha. A Adidas, que fornece os uniformes da seleção alemã desde 1950, enfrenta agora um momento de transição, já que a DFB anunciou que a partir de 2027 a Nike assumirá como fornecedora dos materiais esportivos.
Essa mudança marca o fim de uma era para a Adidas, especialmente após comentários do ministro da Economia, Robert Habeck, que criticou a decisão como uma “falta de patriotismo”. A controvérsia surge em um momento crítico, com a Alemanha preparando-se para sediar a Eurocopa deste ano, evento que será realizado em dez cidades diferentes.
Diante disso, a Adidas e a DFB buscam maneiras de limpar a imagem que a relaciona a simbologia do nazismo. A Adidas reafirmou seu compromisso em opor-se à xenofobia e ao antissemitismo, enquanto a DFB trabalha em um design alternativo para o número 4, em coordenação com a UEFA.