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Governo retira projeto de reoneração da folha após impasse

Governo retira projeto de reoneração da folha de pagamentos após impasse no Congresso. Possível demora na discussão pode gerar perda de bilhões em receitas.
Ministério da Fazenda - PIB - Orçamento - taxação - big techs - déficit primário
Ministério da Fazenda (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Na noite de quarta-feira (10), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o governo retirará do regime de urgência o projeto de lei referente à reoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia. O governo tomou essa decisão após se reunir com a relatora do texto na Câmara, deputada Any Ortiz (Cidadania-RS).

Uma possível demora na discussão desse projeto pode acarretar uma perda de receita para o governo. O valor estimado é pelo menos R$ 12 bilhões neste ano, conforme as projeções apresentadas pelo ministro em janeiro. Inicialmente, o governo havia editado uma medida provisória para revogar um projeto de lei aprovado pelo Congresso e reonerar a folha de pagamento para os mencionados setores da economia.

Em fevereiro, após uma reunião com líderes de partidos da base aliada no Senado, o governo aceitou a conversão de parte da medida provisória em projeto de lei. No entanto, Fernando Haddad não mencionou um cronograma de discussão para os projetos nem abordou os impactos fiscais caso a desoneração seja prorrogada até 2027.

Ao sair do ministério, Any Ortiz informou que o governo se comprometeu a retirar a urgência do projeto. Assim, permitirá mais tempo para o Congresso discutir o assunto. Ela também mencionou a intenção de manter a prorrogação da desoneração até o final de 2027, com uma recomposição de alíquotas a partir de 2028.

Sem a urgência, a discussão pode se estender por meses, sem que se defina um prazo para negociação e votação. O governo havia vetado o projeto de lei que estendia a desoneração para os 17 setores da economia até 2027. No entanto, o Congresso derrubou o veto antes da edição da medida provisória no final do ano anterior.

Impactos

Em relação ao impacto fiscal, Any Ortiz declarou que o governo não conta mais com as receitas da reoneração da folha para este ano. Em março, o Ministério do Planejamento e Orçamento informou que, da medida provisória original, a equipe econômica mantém na estimativa de receitas apenas R$ 24 bilhões da limitação de compensações tributárias e cerca de R$ 6 bilhões do programa de ajuda a empresas do setor de eventos afetadas pela pandemia.

Por fim, é importante ressaltar que a MP 1.202 sofreu uma desidratação na semana anterior, quando o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, deixou caducar um trecho que extinguia a redução da contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de pequenas prefeituras, passando de 20% para 8%. A decisão resultará em uma perda de arrecadação de aproximadamente R$ 10 bilhões neste ano.

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