Sâmia Bittencourt, uma das pioneiras da palhaçaria no Ceará, persiste em sua arte, demonstrando que a magia do circo continua relevante e necessária. Com uma carreira que atravessa três décadas, ela reafirma sua paixão e compromisso com a palhaçaria, apesar das novas dinâmicas culturais e tecnológicas.
Impacto cultural e social do circo
O circo, com sua rica tradição de entretenimento e educação, desempenha um papel fundamental na promoção da inclusão social e no desenvolvimento de habilidades cognitivas e físicas. Sâmia, que se prepara para apresentar o espetáculo “Um Tiquinho de Nada” no Sesc Fortaleza, reflete sobre como os espetáculos circenses são fundamentais para manter vivas tradições culturais e educar de forma lúdica e engajadora. A apresentação da artista fará parte da agenda cultural do Sesc Ceará.
Desafios contemporâneos na palhaçaria
A evolução digital e a mudança nos padrões de consumo de entretenimento representam desafios para os artistas circenses. Sâmia discute como a instantaneidade da era digital influencia as performances circenses e como ela adapta sua arte para encantar um público que está cada vez mais acostumado com o ritmo acelerado das redes sociais.
“Percebi que a criançada, hoje, não tem mais paciência para o tempo que a palhaça, no caso eu, gasta para executar suas ações. A palhaça meio atrapalhada (em cena), e as crianças sempre resolviam antes de a palhaça realizar o desfecho. Então percebi que o público infantil – imagine os adultos – prefere o lugar do instante, do rápido, do TikTok, e isso dificulta um pouco. Mesmo assim, o encantamento ainda existe. Isso me deixa tranquila, porque a gente está lidando, de fato, com uma era tecnológica muito rápida, que o corpo não acompanha, e aí é na arte que o público se apega para apegar-se em si mesmo, para não se perder nessa loucura que é o tempo do hoje” declarou a artista.
Perspectivas e oportunidades futuras
Com um olhar otimista, ela enxerga um futuro brilhante para a palhaçaria, com novos talentos emergindo e um renovado interesse pela arte circense. Ela destaca a importância de iniciativas de formação e incentivo cultural, como oficinas e festivais, que podem ajudar a expandir o alcance e a influência do circo.
“Penso que cada vez mais é necessário incluir essa arte dentro de formações, dentro dos espaços culturais da cidade, dentro dos incentivos governamentais“, disse Sâmia Bittencourt.
A importância do apoio institucional
Instituições como o Sesc desempenham um papel fundamental na promoção da arte circense, oferecendo uma plataforma para apresentações e ajudando a manter a arte viva. Sâmia destaca como o apoio continuado de tais organizações é essencial para a sustentabilidade da palhaçaria e o desenvolvimento contínuo de artistas circenses no Brasil.
A arte que não cansa
Para Sâmia Bittencourt, ser palhaça é mais do que uma profissão; é uma missão de vida que traz alegria tanto para o público quanto para a artista. Sua história é um testemunho da resiliência e da importância cultural da palhaçaria, garantindo que a tradição do circo permaneça vibrante e inspiradora para as futuras gerações.