A Câmara Brasileira do Livro (CBL) anunciou alterações importantes na 66ª edição do Prêmio Jabuti. As categorias de ciências, ciências humanas e ciências sociais foram removidas e substituídas por novas focadas em saúde e bem-estar, educação e negócios. Essa mudança reflete o aumento da publicação de obras nessas áreas, conforme explicou Hubert Alquéres, curador do prêmio. “A educação é essencial para o desenvolvimento do país, e a atenção ao bem-estar cresceu no mercado editorial após a pandemia”, disse Alquéres.
Além disso, as categorias removidas serão agora abrangidas pelo Jabuti Acadêmico, uma nova iniciativa da CBL focada em reconhecer trabalhos de natureza mais técnica e acadêmica.
Veto a obras com inteligência artificial
Em uma resposta a controvérsias passadas, a CBL implementou uma regra que proíbe a inscrição de obras criadas com o auxílio de inteligência artificial. “Embora as discussões sobre IA no ano passado fossem incipientes, agora temos regras claras proibindo esses trabalhos no Jabuti”, afirmou Alquéres. A mudança veio após uma polêmica envolvendo a inclusão de uma ilustração de IA entre os semifinalistas.
Mudanças no Prêmio Jabuti: nova categoria para poetas estreantes
Outra novidade é a introdução de uma categoria para escritores estreantes de poesia, ampliando o escopo do prêmio para novos talentos literários. “A poesia teve o maior número de inscrições no ano passado, muitas delas de autores estreantes, por isso decidimos criar essa nova categoria”, explicou o curador.
Recuperação do mercado editorial
As mudanças no Prêmio Jabuti refletem as transformações no mercado editorial brasileiro, que mostrou sinais de recuperação em fevereiro de 2024: foi registrado um aumento de 12,47% no faturamento em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo o 2º Painel de Varejo de Livros no Brasil, uma pesquisa realizada pela Nielsen Book e divulgada pelo Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livro). Ismael Borges, gerente da Nielsen Bookdata Brasil, comentou: “A redução dos descontos foi um dos principais fatores para o aumento no preço médio dos livros”.
Aumento da Bibliodiversidade
Dante Cid, presidente do Snel, destacou um aumento de 8,77% na diversidade de livros disponíveis, refletindo esforços para oferecer mais opções aos leitores. “Este crescimento em bibliodiversidade traduz o esforço das editoras em proporcionar uma gama mais ampla de escolhas para o público”, disse Cid.
O setor livreiro, desde o início de 2024, movimentou 8,43 milhões de livros e acumulou receitas de R$ 482,98 milhões, mostrando um aumento no faturamento apesar de uma leve queda no volume de vendas. A estratégia de ajuste de preços parece estar compensando as preocupações anteriores do setor, garantindo um primeiro trimestre mais robusto para a indústria livreira no Brasil.