Desde que Javier Milei assumiu a presidência da Argentina em 10 de dezembro de 2023, a relação comercial com a China enfrenta momentos de tensão. Declarações anteriores de Milei, afirmando não fazer negócios com comunistas, reverberam nas interações bilaterais.
Declarações durante a campanha e suas consequências
Durante a campanha eleitoral, Milei expressou claramente sua postura contra o comunismo, o que incluiu críticas diretas ao fazer negócios com a China. “Não só não vou fazer negócios com a China, como não vou fazer negócios com nenhum comunista”, declarou em uma entrevista com Tucker Carlson em setembro de 2023.
Relações comerciais Argentina-China: refrigeração diplomática após eleição
Essas afirmações geraram um esfriamento nas relações diplomáticas entre a Argentina e a China. Desde a posse, não houve reuniões oficiais com o presidente chinês, Xi Jinping, evidenciando um distanciamento político significativo.
Impactos no comércio bilateral
Este distanciamento refletiu no comércio bilateral. Em março de 2024, a China caiu para o terceiro lugar como maior parceiro comercial da Argentina, superada pela União Europeia. O Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) destacou uma queda de 24,2% nas exportações para a China e uma redução de 34,9% nas importações.
Estratégias de recuperação das relações comerciais
Frente aos desafios, a ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, lidera uma iniciativa para revitalizar os laços comerciais. Entre os dias 28 e 30 de abril de 2024, Mondino estará acompanhada por uma ampla delegação de empresários de variados setores, todos representando a diversidade exportadora do país. Adicionalmente, ela participará de eventos para promover o comércio nas cidades de Pequim e Xangai, onde também estão programadas reuniões com investidores.
Expectativas e oportunidades futuras
A viagem da ministra Mondino representa uma oportunidade para discutir estratégias que possam reverter o atual cenário de tensões comerciais. O objetivo é estabelecer um diálogo construtivo que possa suavizar as barreiras ideológicas sem prejudicar as relações econômicas fundamentais entre os dois países.