Uma proposta para a implementação de um imposto de 2% sobre a riqueza dos multimilionários e bilionários ganhou apoio internacional. Governos da Alemanha, África do Sul e Espanha sinalizaram sua adesão à proposta liderada pelo Brasil. A medida visa arrecadar recursos adicionais para combater a desigualdade e a crise climática, além de reforçar o espaço fiscal para investimentos em proteção social, educação e infraestrutura.
Apoio internacional
A proposta, inicialmente apresentada pelo Ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, e pelo Ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, foi levada para as Reuniões de Primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington. Posteriormente, os ministros das finanças e da economia da Alemanha, África do Sul e Espanha manifestaram publicamente seu apoio à proposta em um artigo conjunto no jornal The Guardian.
Os ministros destacaram a importância de uma política fiscal progressiva que reflita a capacidade de pagamento de cada indivíduo e assegure a justiça social. “Uma contribuição justa aumenta o bem-estar social”, afirmaram.
Necessidade de equidade
Os ministros também chamaram a atenção para a necessidade de fortalecer os sistemas fiscais para promover a equidade. Ressaltaram que as lacunas no sistema atual permitem que indivíduos de alto patrimônio líquido minimizem seus impostos. “Os multimilionários globais pagam apenas 0,5% de sua riqueza em imposto sobre o rendimento”, disseram, enfatizando a importância de uma reforma fiscal coordenada globalmente.
Os ministros argumentaram que uma taxa global coordenada sobre os multimilionários melhoraria a redistribuição fiscal. “Isso geraria receitas necessárias para os governos investirem em bens públicos, beneficiando todos, incluindo aqueles no topo da pirâmide de rendimentos”, disseram.
Próximos passos
A proposta está sendo desenvolvida pelo economista francês Gabriel Zucman. Ela será apresentada em junho aos ministros das finanças e banqueiros centrais das 20 maiores economias do mundo em uma reunião no Rio de Janeiro. Este encontro é visto como uma oportunidade para discutir a implementação de uma taxação global sobre a riqueza dos bilionários e multimilionários, visando promover, através dos impostos, um maior fortalecimento da economia global.