Logo-Noticias-de-valor-em-negrito-1 fundo transparente 01
Pesquisar
Close this search box.
Publicidade
X
Publicidade
X
Publicidade

Autonomia do Banco Central volta a ser debatida no Senado

Projeto que amplia a independência do Banco Central pode ser votada após as eleições

(Foto: Leonardo Sá/Agência Senado)
(Foto: Leonardo Sá/Agência Senado)
(Foto: Leonardo Sá/Agência Senado)
(Foto: Leonardo Sá/Agência Senado)

Nesta semana, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado irá analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que concede autonomia financeira e orçamentária ao Banco Central (BC). A votação, que originalmente estava marcada para julho de 2024, foi adiada devido à falta de consenso, especialmente sobre a mudança na natureza jurídica do BC. Agora, espera-se que o tema volte à pauta após as eleições municipais de outubro.

Autonomia do Banco Central: contexto e desafios

Atualmente, o Banco Central do Brasil opera com autonomia operacional. Isso significa que possui liberdade para definir políticas monetárias, como a taxa de juros, sem interferência direta do Poder Executivo. Contudo, o BC ainda depende do orçamento da União, o que limita sua plena independência. A PEC 65 de 2023, em discussão, visa alinhar o Brasil às melhores práticas internacionais, ao garantir ao BC autonomia financeira e orçamentária.

O relator da proposta, senador Plínio Valério (PSDB-AM), destaca que a essência do projeto é transformar o Banco Central em uma entidade com maior autonomia, semelhante aos modelos observados nos Estados Unidos e na Europa. No entanto, essa proposta enfrenta resistência dentro do próprio governo, com o líder do Governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), expressando oposição à transformação do BC em uma empresa pública.

Publicidade

Leia também: Governo Federal estima R$ 39,6 bi em emendas parlamentares

Importância da autonomia financeira

A defesa da autonomia financeira do BC é sustentada por diretores da instituição e por especialistas em política econômica. Em artigo publicado recentemente, quatro diretores do BC, incluindo o presidente Roberto Campos Neto, argumentaram que a autonomia financeira deve ser aprovada para que o banco possa manter sua excelência e continuar inovando, como tem feito com o lançamento do sistema de pagamentos Pix.

Além disso, um levantamento do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostra dados a favor da medida. Dos 87 bancos centrais analisados, 64 consideram a autonomia financeira como a principal métrica para avaliar a independência. Atualmente, 90% dos bancos centrais que possuem autonomia operacional também contam com autonomia orçamentária e financeira.

O debate político e as implicações

A proposta de autonomia do Banco Central vem em um momento de intensos debates políticos no Brasil. O governo federal, por meio do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, manifestou apoio à autonomia do BC, mas com ressalvas quanto à forma de implementação. Durigan defendeu uma transição “sem arroubo político”, enfatizando a necessidade de equilíbrio e diálogo técnico.

Por outro lado, figuras importantes no cenário político discordam. O senador Jaques Wagner aponta que o ponto de discórdia não é a autonomia em si, mas a transformação do BC em uma empresa pública. Esse impasse reflete a complexidade do tema e as diferentes visões sobre o papel do Banco Central na estrutura do Estado brasileiro.

M Dias Brancoconteúdo patrocinado