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Em meio à crise, crescem pedidos de recuperação judicial por microempresas em 2024

O que esperar das micro e pequenas empresas?

Entenda as causes do aumento de pedidos de recuperação judicial por microempresas em 2024. (Foto: Divulgação)
Entenda as causes do aumento de pedidos de recuperação judicial por microempresas em 2024. (Foto: Divulgação)
Entenda as causes do aumento de pedidos de recuperação judicial por microempresas em 2024. (Foto: Divulgação)
Entenda as causes do aumento de pedidos de recuperação judicial por microempresas em 2024. (Foto: Divulgação)

O cenário econômico brasileiro para micro e pequenas empresas tem mostrado sinais preocupantes em 2024, com um aumento no número de pedidos de recuperação judicial. Esta tendência, refletida nos dados da Serasa Experian, sugere que as dificuldades financeiras enfrentadas por essas empresas estão atingindo novos picos, superando até mesmo os índices observados durante a recessão de 2016.

Crescimento dos pedidos de recuperação judicial para empresas em 2024

Em julho de 2024, as micro e pequenas empresas responderam por 72,8% dos pedidos de recuperação judicial, totalizando 166 solicitações. Este número é o maior já registrado para o mês na série histórica da Serasa, que começou em 2005. No acumulado dos primeiros sete meses de 2024, 879 empresas de pequeno porte recorreram à justiça para renegociar dívidas, representando um aumento de 25% em relação ao mesmo período de 2022 e 2023 somados.

Este aumento expressivo reflete a dificuldade dessas empresas em manter suas operações frente ao cenário de inadimplência crescente e restrição de crédito. Com 6,9 milhões de empresas inadimplentes no país, a recuperação judicial tem se tornado uma das poucas alternativas viáveis para evitar a falência.

Setores mais impactados

O setor de serviços, que historicamente depende mais do mercado interno e é altamente sensível às taxas de juros, liderou os pedidos de recuperação judicial em julho de 2024. Foram 94 pedidos, superando o recorde anterior de 93 solicitações em 2016, durante a Olimpíada no Rio. No acumulado do ano, o setor de serviços já registra 516 pedidos, um aumento de 61% em relação a 2016.

O comércio e a indústria também mostraram sinais de fragilidade, acumulando 329 e 202 pedidos, respectivamente, até julho. O setor primário, especialmente o agronegócio, foi duramente atingido pela quebra de safra, resultando em 195 pedidos de recuperação neste ano.

Impacto regional: Rio Grande do Sul em destaque

O Rio Grande do Sul, em particular, registrou um aumento alarmante nos pedidos de recuperação judicial, com 78 solicitações até junho de 2024, um acréscimo de 188% em relação ao mesmo período de 2023. Este crescimento se atribui à combinação de fatores climáticos adversos e a uma economia regional fragilizada, exacerbando as dificuldades enfrentadas pelas micro e pequenas empresas.

Análise e perspectivas futuras

Segundo Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, o cenário para 2024 é preocupante. Nesse sentido, existe a tendência de superação dos recordes de 2016, o ano mais crítico da recessão brasileira. A inadimplência, um dos principais indicadores da saúde financeira das empresas, continua em alta. Isso impacta especialmente as micro e pequenas empresas, que possuem menor capacidade de absorção de choques econômicos.

A recuperação judicial, embora uma saída, não é uma solução fácil para as pequenas empresas. A advogada Samantha Longo se pronunciou sobre o tema. Apesar das modificações na Lei de Recuperação Judicial e Falências, que buscam simplificar o processo para empresas menores, os desafios permanecem grandes. A falta de fluxo de caixa e de garantias robustas limita as opções de renegociação de dívidas. Isso torna o processo de recuperação judicial oneroso e, muitas vezes, inviável.