A inadimplência entre micro e pequenas empresas, incluindo os microempreendedores individuais (MEIs), subiu para 27% em março deste ano, comparado aos 23% registrados no mesmo período do ano passado. A pesquisa “Pulso dos Pequenos Negócios”, conduzida pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), revelou ainda que as dívidas comprometem 30% dos custos do segmento.
Além disso, quatro a cada dez empresas que tentaram obter empréstimos em bancos não tiveram sucesso. A falta de garantias e a inadimplência estão entre os principais motivos para a reprovação dos pedidos de crédito. O aumento nos custos é outro desafio enfrentado: sete em cada dez empresas relataram dificuldades em repassar os custos adicionais aos clientes.
A pesquisa ouviu 6.797 empreendedores entre o fim de fevereiro e o início de março, abrangendo todos os estados do Brasil. Destes, 55% eram MEIs e 31% micro e pequenos empresários. A melhora no faturamento foi mais notável nos segmentos industriais, como alimentos, academias de ginástica e atividades físicas.
O presidente do Sebrae, Décio Lima, afirmou que “a inadimplência atinge um em cada quatro pequenos negócios no país”. Segundo ele, um dos fatores responsáveis pelo aumento da inadimplência foi o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), lançado durante a pandemia de Covid-19 para auxiliar esse segmento. O Pronampe tinha a Taxa Selic como referência de correção, mas ela passou de 2% ao ano, em 2020, para 13,75% ao ano, em agosto do ano passado. Atualmente, está em 10,75% ao ano.
Para tentar aliviar a situação, o governo federal lançou o programa “Acredita”. Este programa visa facilitar a renegociação de dívidas dos empresários, proporcionando uma oportunidade de recuperação para o setor. O Sebrae garantiu que o fundo garantidor, com R$ 2 bilhões em caixa, poderá alavancar até R$ 30 bilhões em financiamentos. O presidente do Sebrae ressaltou que uma das vantagens é a assistência que a entidade dará ao tomador.