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Operação da PF mira fintechs em esquema bilionário clandestino

Investigação da Polícia Federal a fintechs. (Foto: Divulgação/SECOMP)
Investigação da Polícia Federal a fintechs. (Foto: Divulgação/SECOMP)
Investigação da Polícia Federal a fintechs. (Foto: Divulgação/SECOMP)
Investigação da Polícia Federal a fintechs. (Foto: Divulgação/SECOMP)

A Polícia Federal deflagrou, na última quarta-feira (28), a Operação Concierge, visando desmantelar um complexo esquema de movimentações financeiras clandestinas envolvendo fintechs e instituições bancárias. A operação revelou a atuação de bancos e fintechs que movimentaram cerca de R$ 7,5 bilhões em contas ilegais, com fortes indícios de lavagem de dinheiro.

Investigação da Polícia Federal a fintechs: contexto e objetivos

A operação foi conduzida visando desarticular uma organização criminosa que, por meio de fintechs de Campinas, oferecia contas clandestinas e facilitava transações financeiras ocultas. Os bancos envolvidos, BS2 e Rendimento, teriam funcionado como “hospedeiros” de contas, permitindo movimentações financeiras em grande escala sem a devida notificação ao COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

Fintechs envolvidas e o papel dos bancos

As fintechs T10bank e I9 Pay, operando sem autorização do Banco Central, eram as principais facilitadoras do esquema. As contas oferecidas por essas fintechs eram utilizadas por facções criminosas e empresas com altas dívidas tributárias e trabalhistas, garantindo invisibilidade no sistema financeiro oficial.

Os bancos BS2 e Rendimento, em nota, confirmaram que estão cooperando com as investigações e reforçaram seu compromisso com as regulamentações vigentes. O BS2, anteriormente conhecido como Banco Bonsucesso, destacou que está fornecendo todas as informações necessárias às autoridades competentes.

Esquema de movimentações e lavagem de dinheiro

As investigações revelaram que as fintechs ofereciam contas chamadas de “bolsões”, permitindo transações sem conexão direta entre remetentes e destinatários. Esse esquema facilitava a lavagem de dinheiro, utilizando máquinas de cartão de crédito em nome de empresas de fachada, desvinculadas dos verdadeiros usuários. O volume de dinheiro movimentado de forma ilegal pelas fintechs entre 2020 e 2023 foi estimado em R$ 3,5 bilhões.

Mandados de prisão e medidas tomadas

Durante a investigação a fintechs, a Polícia Federal em Campinas determinou a prisão de 14 indivíduos, incluindo os sócios das fintechs envolvidas. Além disso, foram cumpridos 60 mandados de busca e apreensão em diferentes estados, resultando no bloqueio de R$ 850 milhões em contas associadas ao esquema. A suspensão das atividades de 194 empresas também foi decretada, como parte das medidas para conter as operações da organização criminosa.