A farmacêutica Cimed, uma das maiores do setor no Brasil, está avançando em suas estratégias de expansão, com uma operação que envolve a venda de uma participação minoritária da companhia. Recentemente, foram divulgados novos detalhes sobre a venda de parte na Cimed. Essas informações foram apuradas e publicadas pelo portal Pipeline. A empresa, conhecida por seu papel de destaque no mercado de medicamentos genéricos e produtos de venda livre, contratou o banco J.P. Morgan para assessorar a transação. O objetivo é atrair grandes investidores institucionais, incluindo fundos de private equity e fundos soberanos, para adquirir entre 10% e 20% do capital da companhia.
Venda de parte da Cimed como estratégia de crescimento acelerado
A Cimed busca captar recursos para dar continuidade ao seu plano de expansão agressivo. O CEO João Adibe Marques planeja aumentar a capacidade produtiva e realizar novas aquisições, mantendo o foco no mercado de genéricos, onde a empresa já lidera com 25% de sua produção. A venda de parte na Cimed pode viabilizar esses objetivos estratégicos.
A farmacêutica tentou adquirir a Jequiti Cosméticos, mas as negociações não avançaram devido à discordância sobre o valor da empresa. A proposta inicial de R$ 400 milhões foi elevada para R$ 450 milhões, mas o valor estimado de R$ 654 milhões pelas herdeiras de Silvio Santos levou ao encerramento das tratativas.
A empresa planeja expandir sua produção com a construção de uma nova planta industrial. Com essa ampliação, a capacidade de produção deverá dobrar, alcançando 100 milhões de unidades por mês até 2025. Esse crescimento visa atender à crescente demanda do mercado e consolidar a posição da empresa no setor. Parte dos recursos captados com a venda de participação será destinada à expansão do parque fabril e à realização de novas aquisições no setor farmacêutico. A venda de parte na Cimed é importante para adquirir esses recursos.
Avaliação da Cimed e interesse de investidores
De acordo com o Piperline, com um valor de mercado estimado entre R$ 13 bilhões e R$ 14 bilhões, baseado em um múltiplo de 25 vezes o Ebitda, a Cimed atrai grandes investidores institucionais que buscam oportunidades no setor farmacêutico em crescimento. A venda de 10% da empresa exigirá um aporte acima de R$ 1 bilhão. Isso torna o negócio uma oportunidade atraente e de longo prazo. Fundos de private equity, como CVC Capital e General Atlantic, estão entre os possíveis interessados. A venda de parte na Cimed é uma proposta tentadora para esses investidores.
Participação dos acionistas
No contexto da venda, alguns interesses dos acionistas se destacam. Mariana Marques, que detém aproximadamente 6% da companhia e não faz parte da administração, estaria disposta a se desfazer de sua participação. Karla Marques, vice-presidente da Cimed, também poderia vender parte de suas ações, embora ainda pretenda se manter como acionista referência, com cerca de 30% da empresa. Já João Adibe Marques, irmão das duas, não tem intenção de vender suas ações no momento, mantendo sua posição de controle dentro da empresa. A venda de parte na Cimed pode causar mudanças na estrutura acionária da companhia.

Foco no mercado de genéricos
A Cimed, desde a crise de 2014, redirecionou seus esforços para fortalecer sua posição no mercado de medicamentos genéricos, que representam uma fatia significativa de sua receita. Em 2022, a empresa liderou o mercado de medicamentos de venda livre no Brasil. Agora, com a nova captação de recursos, o objetivo é fortalecer essa posição. Os investimentos serão direcionados para melhorar a produção e expandir a distribuição, garantindo uma presença ainda mais forte no setor. A venda de parte da Cimed permitirá que a empresa invista mais pesadamente no crescimento do mercado de genéricos.
Negativa da Cimed
Apesar das informações veiculadas sobre a venda de participação minoritária, a Cimed nega que tenha contratado o J.P. Morgan ou que esteja envolvida em qualquer negociação para venda de ações, sejam elas primárias ou secundárias.
O que está em jogo com venda de parte na Cimed?
A venda de uma participação minoritária na Cimed pode ser um divisor de águas para a empresa, permitindo que ela amplie sua capacidade e alcance novos mercados. Mas com a negativa pública e os rumores ao redor, o futuro da farmacêutica ainda permanece envolto em mistério. Será que a empresa está apenas aguardando o momento certo para revelar seus próximos passos? Para investidores e observadores do setor, a Cimed continua sendo uma empresa a ser monitorada de perto nos próximos meses.
“A possível venda de uma participação minoritária da Cimed estar sendo tratada com sigilo entre as partes interessadas e os controladores da companhia, o que é comum em negociações desse porte. Esse tipo de operação pode permitir à empresa captar os recursos necessários para sua expansão, enquanto mantém o controle estratégico nas mãos da família Marques. A operação que tem como foco atingir a meta de crescimento da Cimed”, comentou Jackson Pereira Jr., articulista de negócios do Economic News Brasil