O euro atingiu nesta sexta-feira (22) seu menor valor em dois anos frente ao dólar, negociado a 1,04265 dólar, marcando uma queda de 0,46% no dia. Essa desvalorização reflete dados econômicos preocupantes que destacam a fraqueza da economia da zona do euro e aumentam as expectativas de cortes nas taxas de juros pelo Banco Central Europeu (BCE).
Queda do euro impulsionada por contração econômica
A publicação do índice PMI (Índice de Gerentes de Compras) revelou que o setor de serviços da zona do euro contraiu, enquanto a indústria manufatureira aprofundou sua recessão. O PMI composto caiu para 48,1 em novembro, o menor nível em 10 meses. Dados individuais destacam ainda mais o cenário crítico:
- França: PMI caiu para 44,8, refletindo um ritmo acentuado de retração.
- Alemanha: O setor de serviços registrou inesperada queda para 49,4.
- Reino Unido: PMI chegou a 49,9, marcando a menor pontuação em 13 meses.
Os números abaixo de 50 indicam contração econômica, evidenciando o impacto das tensões geopolíticas e a crescente incerteza econômica.
Perspectivas de cortes na taxa de juros pelo BCE
Com o enfraquecimento da economia, aumentam as apostas de que o BCE possa reduzir as taxas de juros em breve. Segundo especialistas, há uma probabilidade superior a 50% de que o banco central realize um corte de 50 pontos-base em dezembro.
Francesco Pesole, estrategista de moedas do ING, destacou que os dados do PMI agora possuem um papel central nas estratégias do BCE. Essa mudança ocorre em um momento de foco crescente em indicadores voltados para o futuro, o que reforça a criticidade do momento.
Histórico recente e fatores de influência
O euro vem perdendo força frente ao dólar desde a eleição de Donald Trump à presidência dos EUA. Além disso, a guerra entre Rússia e Ucrânia, combinada com incertezas políticas na Alemanha, agravaram ainda mais a desvalorização da moeda.
Por outro lado, o índice do dólar, que mede a performance do dólar frente a outras moedas, atingiu 107,410, o maior nível desde novembro de 2022. Essa valorização reflete a expectativa de que medidas econômicas dos EUA, como estímulos fiscais, possam reacender a inflação, mantendo o Federal Reserve cauteloso sobre cortes de juros.