O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) de outubro de 2025, publicação mensal divulgada nesta terça-feira (28/10), apresentou variação de 0,21% nos custos do setor da construção. Uma repetição do mesmo ritmo do mês anterior e mantendo o custo da construção civil em trajetória estável.
Segundo dados do índice, levantados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), por meio do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), o setor de construção acumula alta de 6,58% em 12 meses, acima dos 5,72% observados no mesmo período de 2024. A estabilidade reflete um equilíbrio entre a leve aceleração dos insumos e a desaceleração dos custos de mão de obra, consolidando um cenário de controle moderado no setor.
Já o grupo Materiais, Equipamentos e Serviços registrou avanço de 0,27% em outubro, revertendo a queda de 0,03% observada em setembro. Dentro dessa categoria, materiais e equipamentos subiram 0,29%, com destaque para materiais estruturais, que passaram de -0,28% para +0,34%. O movimento indica uma recomposição dos preços básicos de insumos, especialmente cimento e produtos de aço, após meses de contenção.
INCC-M outubro 2025 e o comportamento das capitais
Cinco das sete capitais pesquisadas pela FGV no INCC-M de outubro de 2025 apresentaram aceleração nas taxas de variação. Os destaques regionais são:
- São Paulo: com maior acumulado em 12 meses (7,55%).
- Brasília: com aceleração mensal de 0,32%, maior entre as capitais.
- Belo Horizonte: apresentando alta de 0,21%.
- Rio de Janeiro: mostrando avanço de 0,21%.
- Recife e Porto Alegre: ambas com 0,14%, sinalizando estabilidade.
No acumulado de 12 meses, São Paulo se mantém como o mercado mais pressionado do país, refletindo a demanda intensa por obras e o impacto urbano sobre os preços.
Materiais, serviços e mão de obra mantêm equilíbrio
Entre os componentes indicados pelo relatório do INCC-M de outubro 2025, os insumos tiveram papel relevante.
Insumos com maiores influências positivas:
- Cimento Portland comum: +1,66%
- Condutores elétricos: +1,67%
- Estacas de concreto: +1,01%
- Tubos e conexões de PVC: +0,48%
Insumos com maiores influências negativas:
- Conta de energia: -1,72%
- Materiais para sistema de exaustão: -0,77%
- Impermeabilizantes: -0,44%
Já o índice de mão de obra mostrado no INCC-M de outubro 2025 desacelerou para +0,13%, após +0,54% em setembro, refletindo o impacto de acordos salariais menos expressivos nas principais regiões. Apesar da trégua momentânea, a variação anual ainda soma +9,80%, o que mantém os custos de pessoal em patamar elevado frente à inflação geral.
Custos estruturais e perspectivas do setor da construção
A evolução do índice da construção civil indica que os custos do setor devem seguir em estabilidade nos próximos meses, caso não ocorram novos reajustes de insumos ou aumentos salariais regionais. A pressão mais recente sobre materiais estruturais — como cimento, aço e PVC — sugere um movimento de reposição de preços, alinhado à retomada gradual da demanda por obras públicas e privadas.
Mesmo com a taxa constante, o INCC-M de outubro 2025 ainda se mantém acima da inflação geral, o que tende a pressionar margens e cronogramas no segmento imobiliário. Para especialistas, o equilíbrio entre insumos e mão de obra pode favorecer o planejamento de novos empreendimentos em 2026, especialmente em capitais com custos estabilizados. O dado consolida um retrato de maturação dos preços da construção, que avança em ritmo controlado após anos de forte volatilidade.









