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Sondagem da construção da FGV mostra queda na confiança e alerta para 2026

A Sondagem da construção da FGV IBRE mostrou queda de 0,7 ponto na confiança do setor em outubro de 2025, para 91,6 pontos, após a alta do mês anterior. O recuo foi provocado pela piora das expectativas para os próximos meses, enquanto as condições atuais permaneceram estáveis. Mesmo com o mercado de trabalho aquecido e o uso da capacidade produtiva em 80%, as empresas relatam escassez de mão de obra, altos custos e dificuldades de crédito. Segundo a FGV, as medidas de estímulo anunciadas não devem ter efeito perceptível ainda neste ano.
Sondagem da construção mostra queda na confiança em outubro de 2025
Índice da FGV IBRE revela queda de 0,7 ponto na confiança da construção em outubro de 2025. (Foto: Freepik)

A Sondagem da construção da Fundação Getúlio Vargas, junto ao Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre), indicador mensal divulgado nesta terça-feira (28/10) apontou perda de fôlego no setor da construção. O Índice de Confiança da Construção (ICST) caiu 0,7 ponto, para 91,6 pontos, revertendo a alta registrada em setembro. O resultado mostra que as empresas voltaram a adotar uma postura mais cautelosa diante do enfraquecimento das expectativas para o início de 2026.

Condições atuais e expectativas

De acordo com a sondagem da construção da FGV, a queda da confiança foi provocada unicamente pela piora das expectativas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) ficou estável em 91,9 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-CST) caiu 1,4 ponto, para 91,5.

Entre os componentes, o indicador de demanda prevista recuou 0,9 ponto (93,1), e a tendência dos negócios nos próximos seis meses caiu 1,8 ponto (89,9). A leitura aponta que o setor começa a enxergar um enfraquecimento gradual da atividade, mesmo após meses de desempenho firme.

Principais destaques:

  • A piora veio exclusivamente das projeções futuras, não das condições correntes.
  • O ICST retornou ao nível de agosto, anulando o avanço recente.
  • Frente a outubro de 2024, o índice acumula queda de 5,8 pontos, o maior recuo em doze meses.

Atividade e mercado de trabalho

Apesar da retração da confiança, o nível de utilização da capacidade (NUCI) avançou para 80,0%, alta de 1,2 ponto percentual. O uso da mão de obra subiu para 81,7%, e o de máquinas e equipamentos atingiu 74,2%. Segundo a sondagem da construção divulgada pela FGV, essa combinação — confiança em baixa e atividade ainda forte — reflete um mercado de trabalho que segue sustentado por obras contratadas anteriormente.

A coordenadora de projetos da FGV IBRE, Ana Maria Castelo, observou que “a sondagem de outubro não captou qualquer mudança positiva na percepção das empresas”. Ela acrescentou que o índice “retornou ao patamar de agosto, puxado pelas expectativas que não sustentaram o crescimento do mês anterior”.

Fatores limitativos e custos crescentes

O levantamento mostra que as empresas da construção continuam enfrentando escassez de mão de obra qualificada, mesmo com a desaceleração da atividade. O problema se combina com o avanço dos custos operacionais e a dificuldade de acesso ao crédito, criando um ambiente menos favorável à expansão.

Ana Maria Castelo destacou ainda que, embora o governo tenha anunciado medidas de estímulo em outubro, “o efeito delas não será percebido em 2025”.

Principais entraves apontados:

  • Escassez de trabalhadores qualificados, especialmente técnicos de obra.
  • Dificuldade crescente de crédito, em função da política monetária ainda restritiva.
  • Pressão de custos salariais e de insumos, que reduz margens das empresas.

Panorama da sondagem da construção e próximos passos do setor

A sondagem da construção da FGV ouviu 735 empresas do setor entre 1º e 24 de outubro. Em relação ao mesmo mês de 2024, o ICST recuou 5,8 pontos, o ISA caiu 4,6 pontos e o IE perdeu 7,1 pontos. O conjunto dos dados mostra desaceleração persistente, ainda que com manutenção da atividade corrente. A próxima divulgação ocorrerá em 25 de novembro de 2025.

Sondagem da construção: Perspectivas para o novo ciclo

A Sondagem da construção da FGV Ibre sinaliza que o setor entra no último trimestre de 2025 em compasso de espera. O nível elevado de utilização da capacidade produtiva deve sustentar o emprego, mas o pessimismo nas expectativas indica que a retomada em 2026 dependerá de novos estímulos à demanda habitacional e ao crédito imobiliário.

Com gargalos estruturais — como a falta de profissionais e o aumento dos custos — o indicador da construção pode fechar o ano abaixo das previsões iniciais. Mesmo com a queda gradual dos juros, o ambiente seguirá desafiador, exigindo ajustes de produtividade e políticas que incentivem novos investimentos no setor.

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