O mercado de chocolates no Brasil vem demonstrando uma resistência surpreendente a crises econômicas, e isso vai muito além do período da Páscoa. Em 2022, enquanto o volume de vendas de alimentos em geral caiu 2,5%, o volume de vendas de chocolates avançou 4,7%, segundo um levantamento da consultoria NIQ (antiga Nielsen).
Esse crescimento se deve principalmente às barrinhas de chocolate recheadas e aos biscoitos wafer cobertos com chocolate. Em contrapartida, outros segmentos tradicionalmente voltados para o público infantil, como os ovinhos de chocolate e os chocolates com formato, registraram queda em volume.
A NIQ destaca que os ovos de Páscoa tradicionais representam apenas 3,5% do volume total de chocolates consumido durante a época da Páscoa e 10% das vendas em valor.
No ano passado, a venda de chocolates (excluindo os ovos de Páscoa tradicionais) avançou para 50,7 toneladas em abril, com uma queda no preço médio por quilo de R$ 53,10 para R$ 46,50.
O faturamento como um todo, porém, deu um salto na Páscoa, com o varejo vendendo R$ 2,36 bilhões em chocolate só em abril do ano passado, alta de 82% sobre o mês anterior.
Embora haja uma sazonalidade mais forte no consumo de chocolates artesanais, a demanda por chocolates industrializados se mantém ao longo do ano. A empresa Di Siena, de São Paulo, prevê um aumento de 5% a 10% no volume de vendas em 2023, sem as restrições da pandemia.