Na última sexta-feira (15), a quatro dias da assembleia geral de credores da Americanas, o Banco Safra surpreendeu ao aderir ao plano de recuperação judicial apresentado pela rede em 27 de novembro. A decisão veio após divergências que foram solucionadas em conversas, especialmente nos últimos dias, entre representantes do Safra e o banco Rothschild, responsável pela negociação.
Bradesco e Safra, inicialmente mais reticentes, agora apoiam o plano, juntando-se a outras sete instituições financeiras. O suporte totaliza quase R$ 22,5 bilhões, representando 53% das dívidas da Americanas. A adesão do Safra foi informada por Lauro Jardim, colunista de “O Globo”.
O plano, que será votado nesta terça-feira (19), prevê que os bancos convertam R$ 12 bilhões em ações após a homologação. Os sócios Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles contribuirão com R$ 12 bilhões. Além disso, as instituições receberão um bônus de subscrição e oferecerão uma fiança bancária de R$ 1,5 bilhão.
Após o aumento de capital, a Americanas destinará até R$ 8,7 bilhões para pagamento de credores financeiros. Com isso, a empresa planeja reduzir sua dívida bruta para até R$ 1,875 bilhão após as medidas de reestruturação.
Em paralelo, um juiz em Nova York negou o pedido da Sablon Partners para usar a lei dos EUA na investigação sobre a fraude contábil da Americanas. O juiz afirmou que não é sua função interferir nas decisões judiciais brasileiras.