O governo do Iêmen lançou acusações contra o grupo Houthi, alegando que eles são responsáveis por uma escalada militar no Mar Vermelho. O Ministério das Relações Exteriores iemenita afirma que os Houthis utilizam a região para demonstrar apoio ao Hamas, embora essas afirmações sejam consideradas enganosas. O governo alerta que essa escalada ameaça a segurança e a navegação internacional na área. As tensões no Mar Vermelho fazem parte do contexto da guerra civil que assola o país há quase uma década.
Ameaças a navegação internacional:
Nos últimos meses, os rebeldes Houthi intensificaram ataques perto do estreito de Bab al-Mandab, uma rota global crucial, em solidariedade à Faixa de Gaza durante o conflito com Israel, ameaçando a segurança da navegação internacional. Desde novembro, mais de 100 ataques de drones e mísseis afetaram empresas de navegação como Maersk, CMA CGM, Hapag-Lloyd e MSC, causando preocupações econômicas em escala global, incluindo custos de envio mais altos e o risco de atrasos no transporte.
Ameaças a economia mundial:
O estreito de Bab al-Mandab é uma rota marítima crucial, por onde passam cerca de um terço dos navios porta-contêineres globais e nove milhões de barris de petróleo diariamente. Os ataques Houthi têm levado as empresas de navegação a buscar rotas alternativas, como o Cabo da Boa Esperança na África do Sul, resultando em aumentos nos custos e incerteza nos mercados.
Os riscos de escalada no conflito no Mar Vermelho são significativos, pode afetar custos de transporte, preços do petróleo e a recuperação econômica global. Além disso, o envolvimento direto do Irã e a ameaça aos transportes no Mar da Arábia podem intensificar ainda mais a situação. Embora as empresas de navegação expressem confiança na adaptação, a persistência dessa crise pode ter implicações econômicas significativas em 2024.
Grupo Houthi
Os Houthis, também conhecidos como Ansar Allah, surgiram no final dos anos 1990 no Iêmen, buscando promover a seita Zaydi do Islã xiita. Em 2014, eles tomaram Sanaa, a capital, desencadeando uma guerra civil. Posteriormente, em 2015, a Arábia Saudita e aliados ocidentais interviram em apoio ao governo iemenita. Como resultado dessa intervenção, os Houthis controlam partes do norte, enquanto o governo reconhecido internacionalmente opera em Aden.