No decorrer de uma década, de 2013 a 2023, o poder de compra do brasileiro diminuiu, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Enquanto o custo dos produtos básicos quase dobrou, o salário médio anual não acompanhou, permanecendo quase estático.
A escalada da inflação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o principal indicador da inflação no Brasil, apresentou um aumento de 88% ao longo desta década. Esse aumento afetou diretamente o custo de vida, reduzindo o poder de compra dos salários, que cresceram em torno de apenas 3%. O impacto foi tal que a mesma quantia que comprava uma cesta de produtos há dez anos, hoje compra menos da metade.
Crises econômicas e seus efeitos
De acordo com especialistas em economia ouvidos pela Economic News Brasil, as crises econômicas de 2015 e a pandemia de Covid-19 em 2021 exacerbaram a inflação. Políticas governamentais, como a expansão da política monetária e incentivos fiscais, tiveram um papel crucial nesses períodos, influenciando a inflação e, consequentemente, o poder de compra.
Educação e produtividade
Especialistas apontam que a qualidade da educação influencia diretamente a produtividade profissional. Um baixo nível educacional limita as oportunidades de trabalho e a capacidade de obter salários mais altos. Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) mostram deficiências significativas no nível educacional dos jovens brasileiros, especialmente em matemática.
O cálculo do poder de compra
Para manter o mesmo nível de vida de uma década atrás, os salários deveriam ter aumentado em paralelo com a inflação. Na prática, isso significaria um aumento salarial de cerca de 88%, comparando com o acumulado equivalente ao indicado pelo IPCA no intervalo de dez anos. No entanto, a realidade é que muitos brasileiros experimentaram redução em sua capacidade de comprar os mesmos produtos e serviços que antes.