O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vai divulgar, nesta quarta-feira (31), a decisão sobre a taxa de juros. A expectativa é de um corte de 0,50 ponto percentual. Esse movimento vem num momento de pouca alteração nas expectativas econômicas e no balanço de riscos desde a última reunião em dezembro.
Especialistas acreditam que o Banco Central (BC) continuará a flexibilizar a política monetária nas próximas reuniões. A situação atual, favorável à inflação, alimenta a esperança de que os cortes possam se estender mais do que o previsto anteriormente.
O boletim Focus, divulgado nesta terça (30) pelo BC, confirma essa tendência, apontando para uma queda de 0,50 ponto percentual na taxa básica. O mercado financeiro espera que a Selic termine o ano em 11,25%.
Inflação Controlada
O Copom expressou, na ata de sua última reunião, preocupações com as contas públicas. Também destacou o risco de aumento no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação oficial.
Apesar das incertezas, principalmente relacionadas à capacidade do governo de manter o equilíbrio fiscal, a estimativa de inflação para 2024 mostrou uma leve queda, de 3,86% para 3,81%, segundo o último boletim Focus.
O IPCA de dezembro, influenciado principalmente por alimentos e bebidas, registrou 0,56%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado levou o acumulado de 2023 a 4,62%, dentro das expectativas.
Perspectivas para a Taxa Selic
A Selic, taxa básica de juros, é essencial para negociações de títulos públicos e influencia todas as outras taxas da economia. Sua principal função é controlar a inflação, e o BC atua diariamente para assegurar sua eficácia.
Ao reduzir a Selic, o crédito tende a ficar mais acessível, estimulando produção e consumo. Isso pode aquecer a economia, mas também requer monitoramento contínuo da inflação.
O Copom reúne-se a cada 45 dias para definir a política monetária. As decisões são baseadas em análises detalhadas da economia brasileira e mundial.
Para 2024, a meta de inflação é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O Banco Central mantém a projeção de que o IPCA fechará o ano em 3,5%, alinhado com essa meta. O próximo relatório de inflação será divulgado em março, trazendo novas perspectivas para a economia brasileira.