O Airbnb experimentou certo crescimento na América Latina, transformando a dinâmica do mercado de aluguéis e impactando centros urbanos. Com um aumento de 22% nas locações de curto prazo no último trimestre de 2023, Brasil e México lideram a oferta, seguidos por Colômbia e Argentina.
A atração pelo mercado latino-americano
Fatores como a facilidade de acesso à tecnologia e a ausência de regulações rigorosas catalisaram a expansão do Airbnb na região. A plataforma se beneficiou do contexto latino-americano de “inquilinização”, com uma preferência tradicional pela propriedade privada. Além disso, a possibilidade de transacionar em moedas estrangeiras fortes tornou-se uma estratégia atrativa em países com crises econômicas, como a Argentina.
Desafios regulatórios em perspectiva
A falta de regulamentação efetiva é um desafio proeminente. Enquanto cidades europeias como Barcelona e Londres implementaram medidas regulatórias, a América Latina enfrenta dificuldades na aplicação dessas regulações. Buenos Aires, por exemplo, possui um registro obrigatório para aluguéis temporários, mas apenas uma fração das propriedades disponíveis no Airbnb está oficialmente registrada.
Gentrificação: efeito colateral do crescimento
O impacto mais significativo da expansão do Airbnb é a pressão no mercado de aluguéis tradicionais, levando à gentrificação de bairros em grandes cidades como Buenos Aires e Rio de Janeiro. Esse fenômeno desloca a classe média para áreas mais distantes, valorizando ainda mais as regiões atrativas para turistas estrangeiros.
Colaborações controversas
Projetos como o lançado pela Cidade do México em 2022, em parceria com o Airbnb e a Unesco, visam promover o nomadismo digital, mas geram debates sobre a acessibilidade das áreas locais para a população original. A gentrificação aparece como uma consequência lógica desse tipo de iniciativa, desafiando o equilíbrio entre benefícios econômicos turísticos e o bem-estar dos habitantes locais.
Reflexão sobre o futuro
A expansão do Airbnb na América Latina abre um leque de oportunidades econômicas, mas também apresenta desafios, especialmente no que diz respeito à regulação e aos efeitos da gentrificação. A colaboração entre plataformas de aluguel de curto prazo e governos locais deve garantir que o crescimento do setor seja justo e beneficie a todos os envolvidos.