O Banco Central (BC) divulgou nesta terça-feira (2) o boletim Focus, indicando uma revisão para cima na expectativa de crescimento da economia brasileira para 2024, agora estabelecida em 1,89%, ante a previsão anterior de 1,85%. O documento semanal reúne projeções dos principais indicadores econômicos. Para os anos subsequentes, 2025 a 2027, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) se mantém em 2% anualmente.
O PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, registrou em 2023 um crescimento de 2,9%, totalizando R$ 10,9 trilhões. Esse valor, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representa uma ligeira redução comparado ao crescimento de 3% observado em 2022.
A projeção para a cotação do dólar até o final do ano corrente está fixada em R$ 4,95, com uma previsão de leve aumento para R$ 5,00 no término de 2025. Em relação à inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a previsão para 2024 se manteve estável em 3,75%. As expectativas para 2025, 2026 e 2027 indicam uma inflação de 3,51% e 3,5% para os dois últimos anos, respectivamente.
O IPCA de fevereiro registrou uma taxa de 0,83%, marcando um aumento considerável em relação a janeiro, que foi de 0,42%, segundo o IBGE. Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada atingiu 4,5%.
A meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3% para este ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Dessa forma, o IPCA pode variar entre 1,5% e 4,5% sem que se desvie do objetivo do BC.
Para controlar a inflação, o BC manipula a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está definida em 10,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Após um ciclo de reduções consecutivas, o Copom anunciou a possibilidade de mais um corte de 0,5 ponto percentual na próxima reunião, sinalizando uma pausa ou desaceleração nos cortes a partir de junho.
Antes desse ciclo de cortes, a Selic havia sido elevada por 12 vezes consecutivas de março de 2021 a agosto de 2022, em resposta ao aumento dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Posteriormente, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano de agosto de 2022 a agosto de 2023. O mercado financeiro prevê que a Selic encerre 2024 em 9% ao ano, com uma redução para 8,5% ao ano até o final de 2025, mantendo-se estável nos anos seguintes.
O aumento da Selic tem como objetivo conter a demanda e, consequentemente, os preços, já que juros mais altos encarecem o crédito e favorecem a poupança. Por outro lado, a redução da taxa visa estimular o crédito, a produção e o consumo, fomentando assim o crescimento da economia, embora possa diminuir o controle sobre a inflação.